terça-feira, 25 de outubro de 2022

Da impotência das democracias

 

Os países ocidentais deixaram-se aprisionar em tais dependências daqueles onde se perpectuam regimes despóticos, contribuindo para a sua “normalização", que agora, por muito que torçam as orelhas, não há como não pagarmos uma pesada factura porque, mesmo que queiram inverter a situação, os “vícios” de toda a ordem já cimentados impedem fazê-lo com a celeridade que os faça atenuar a sua arrogância.

 

O todo poderoso líder chinês, a quem o facínora russo chama “meu querido amigo”, acaba de se ver “entronizado” afirmando, no discurso de encerramento daquele ritual, que a China precisa do mundo, mas o mundo também não pode passar sem a China; um pouco antes, e sem o esconder da comunidade internacional, viram-se dois sujeitos retirar da mesa da frente, nítidamente contra vontade deste, o homem que já tinha ocupado o lugar cimeiro, num gesto de clara e intencional humilhação, se calhar por ter mostrado reticências contra a inusitada recondução para um terceiro mandato.

 

Entretanto, em  mais um debate de apoio às atrocidades cometidas pelos russos na Ucrânia – debates contra aquela desgraça são impossíveis -  foi possível ouvir o próprio director do canal de TV onde tal ocorria dizer que "as crianças ucranianas deveriam já ter sido todas queimadas" – e teriam ido para a Ucrânia expulsar os nazis!... A notícia acrescenta que o patife tinha sido suspenso mas, se calhar, foi para o levarem à presença do ditador, para ser condecorado e promovido a ministro de qualquer coisa...

 

Amândio G. Martins

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