terça-feira, 25 de outubro de 2022

O mundial de futebol já está muito manchado...

A «festa mundial» do campeonato de futebol terá lugar, nem daqui a um mês, no Catar. Lá construíram-se de raiz vários estádios com o trabalho operário de, sobretudo imigrantes asiáticos sujeitos a condições desumanas de semi-escravatura. Números reais, não oficiais, afiançam terem morrido em acidentes de trabalho - aproximadamente 7 000 operários! Há muitos, muitos trabalhadores com salários em atraso e outros que nem chegam a ver a cor do dinheiro... some-se a recusa em lhes concederem dias de descanso semanal e os que recebem salário têm dificuldade em viver. A Amnistia Internacional reclama, e muito bem, uma soma de 433 milhões de euros para um fundo que se destina a apoiar as famílias dos operários que morreram e de tantos que ficaram marcados por acidentes de trabalho. A Federação Internacional de Futebol (FIFA), arrecadará pelas receitas deste torneio cerca de 6 mil milhões de euros!, tendo a obrigação mais do que moral em contribuir para com aquele fundo solidário. O presidente da FIFA teve o deplorável cinismo de desvalorizar aqueles milhares de mortos(!). Os desgraçados (sem ofensa) trabalhadores são obrigados a pedir autorização ao patrão para mudar de emprego ou sair do país. A sua vinculação contratual é semi-esclavagista. O Catar também é um país de escravocratas. Desde novo que gosto de ver futebol e joguei, mas não posso compactuar nem pelo visionamento à distância dos jogos transmitidos pela televisão. Seria aviltante, ver estádios onde se realizam os jogos, sabendo que se encontram manchados de sangue! Vítor Colaço Santos

4 comentários:

  1. Bem lembrado, Vítor. Um excelente exemplo do miserável mundo em que vivemos: Mas para alguns, "facínoras", passe a repetição, são só alguns.

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    1. ... e, ainda havia, há e haverá muito mais a escrever sobre isto e o chão dos estádios que me parecem
      matadouros cheios de sangue derramado. Poderá ser que regresse a este assunto.
      Ó Ramalho, bem trabalhada, a tua prosa. 'Um pisco no meu quintal', revela... e sensibilidade.
      Um grato abraço.

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  2. Também me senti revoltado com esta estatística. Mesmo tendo em conta o volume de obra executado é escandaloso o número de acidentes. A demonstrar que a segurança das vidas humanas não foi uma prioridade. Mas quando a bola começar a correr já ninguém quer saber.

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    1. O José Pombal, escreveu: ''Mas quando a bola começar a correr já ninguém quer saber''(!?). Vou querer saber! Para mim, e não só... o mundial já está visto. Com franqueza e frontalidade: quem não quiser saber será conivente!, com os escravocratas dos petrodólares, já com as mãos ensanguentadas!
      Um grato cumprimento pelo seu comentário e continue a escrever. Eu leio-o.

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