Em campo e na metafísica tudo se conjugou a nosso favor.
Se os polacos tiveram um papa - João Paulo II -, nós tivemos e temos Fátima connosco.
José Amaral
Este blogue foi criado em Janeiro de 2013, com o objectivo de reunir o maior número possível de leitores-escritores de cartas para jornais (cidadãos que enviam as suas cartas para os diferentes Espaços do Leitor). Ao visitante deste blogue, ainda não credenciado, que pretenda publicar aqui os seus textos, convidamo-lo a manifestar essa vontade em e-mail para: rodriguess.vozdagirafa@gmail.com. A resposta será rápida.
quinta-feira, 30 de junho de 2016
quarta-feira, 29 de junho de 2016
Porque (não) escrevemos?
Já lá vai um quarto de ano desde que alguns dos leitores-escritores daqui se juntaram além, meditando em porque escrevemos. Vendo o sorridente grupo que por lá passou, ficou-me uma pitada de tristeza por não rever algumas das caras conhecidas desde o encontro anterior. Outra tanta por não ficar a conhecer as novas caras. Não, não me arrependo, tinha as minhas razões, umas que são mais minhas, outra sendo estar menos leitor e ainda menos escritor por estes dias.
Então, porque não escrevemos? Permitam-me o plural de modéstia, não porque fale por um qualquer grupo, mas porque não creio que seja o único.
Desde logo motivos mais pessoais; alguma preguiça, disfarçada de "não tenho tempo", alguma modéstia ou vergonha de me expor. O que leva a alguns motivos que serão de interesse mais geral.
Existem mil comentadores. Leitores, mas também profissionais da comunicação, cidadãos dedicados à política - não raro em exclusividade real ou fingida, e políticos profissionais disfarçados de comentadores. Demasiados deles com argumentos tão mal fundados que dá dó. E lá vem o receio de ser só mais um.
A quase ditadura da indignação. Da natural indignação de quem escreve, não há mal, reconheça-se o famoso direito a ela. O que incomoda é o excesso, em especial, da leitura das cartas de leitores e dos meus parcos escritos, fica-me a sensação que textos de indignação são mais facilmente publicados. Talvez por serem mais consensuais? Eu concordo com muitas das indignações expressas de extrema a extrema do espectro político. Não concordo é com as soluções...
Então, porque não escrevemos? Permitam-me o plural de modéstia, não porque fale por um qualquer grupo, mas porque não creio que seja o único.
Desde logo motivos mais pessoais; alguma preguiça, disfarçada de "não tenho tempo", alguma modéstia ou vergonha de me expor. O que leva a alguns motivos que serão de interesse mais geral.
Existem mil comentadores. Leitores, mas também profissionais da comunicação, cidadãos dedicados à política - não raro em exclusividade real ou fingida, e políticos profissionais disfarçados de comentadores. Demasiados deles com argumentos tão mal fundados que dá dó. E lá vem o receio de ser só mais um.
A quase ditadura da indignação. Da natural indignação de quem escreve, não há mal, reconheça-se o famoso direito a ela. O que incomoda é o excesso, em especial, da leitura das cartas de leitores e dos meus parcos escritos, fica-me a sensação que textos de indignação são mais facilmente publicados. Talvez por serem mais consensuais? Eu concordo com muitas das indignações expressas de extrema a extrema do espectro político. Não concordo é com as soluções...
Secretário de Estado abdica de subsídio
Acerca da notícia de ‘Secretário de Estado abdica de
subsídio’, só podemos afirmar que estamos perante mais um caso de autêntica ‘esperteza
saloia’.
É que o referido Secretário estava a receber 360 euros
mensais de subsídio de alojamento por ‘residir’ a mais de 150 quilómetros de
Lisboa.
Mas dá-se o caso de o referido pseudo farsola estar a
residir na morada que detém em Cascais e onde sempre morou a sua mulher, que
dista cerca de 20 quilómetros de Lisboa.
No entanto, como a sua residência fiscal tem sede em Tavira,
o ‘inocente’ secretário pensava ser legal tal subsídio.
Todavia, como este ‘artista’ deve haver muitos mais.
José Amaral
90 minutos, chegavam !
Um turbilhão futebolístico
envolveu-nos no mês de junho e primeiros dias de Julho, com duas grandes
competições, o campeonato da europa e a copa américa.
Naturalmente que a exagerada
atenção da comunicação social centrou-se no euro.2016, a decorrer em França e
onde participa a selecção portuguesa.
A exagerada atenção acontece,
quando aos 90 minutos, onde tudo se decide, são acrescentadas horas e horas
televisivas e radiofónicas, páginas e páginas de jornais generalistas e
desportivos, com entrevistas e conferências de imprensa, antes e após cada jogo,
a que se juntam inúmeros directos e indirectos dos imensos repórteres, mais
comentadores, críticos e opinadores, a solo ou em debates mais ou menos
amigáveis, e ainda a publicidade patrocinadora e aproveitadora do evento e de
algumas das suas denominadas estrelas.
Dificilmente se encontrará um
acontecimento que ocupe tantos meios técnicos e humanos, criando nas pessoas
menos avisadas sentimentos duma falsa importância, que podem dar lugar à
alienação. Tal resulta, no essencial, de interesses económicos e ideológicos do
capitalismo e dos seus defensores.
O espectáculo dum jogo de
futebol, para além de ter ou não qualidade, e da capacidade de realização
televisiva, que tem sido excelente no caso do europeu em França, terá no
resultado final um forte elemento para a sua apreciação e nível de satisfação,
que sendo positivo poderá ser equivalente ao saborear dum bom prato culinário,
acompanhado dum vinho de qualidade. Por isso, 90 minutos, chegavam !
TDT - SIC e TVI discordam
Estas duas estações televisivas – SIC e TVI – manifestaram a
sua discordância, acerca do projecto de lei para a Televisão Digital Terrestre
(TDT), no que concerne ao aumento de canais a serem transmitidos em canal
aberto.
Só não compreendemos tal desacordo, tendo em conta que assim
mais telespectadores serão comtemplados com mais canais, para além dos apenas
cinco que agora a TDT transmite, ficando mesmo assim aquém dos 16 canais que
poderiam e deveriam ser transmitidos.
José Amaral
A
UNIÃO EUROPEIA DO NOSSO DESCONTENTAMENTO
Esta
UE, para além de uma ínfima minoria, a nível de povos, interessará
a algum? Talvez ao alemão. É verdade que uma grande percentagem dos
ingleses que votaram na sua saída, fizeram-no por motivos xenófobos
relacionados com os emigrantes,acentuados agora com as novas vagas
deles provenientes da Síria, do Iraque, da Líbia. Mas até aí os
britânicos têm culpas no cartório, porque com a França, arrasaram
este ultimo país, transformando-o num caos e pasto para fanáticos
criminosos, com o DAESH. Portanto, referindo-me apenas a Portugal e
como exemplo, os motivos do nosso descontentamento para com a UE, são
diferentes. Têm a ver com a exploração e com a ingerência a que
temos sido submetidos. Têm a ver com o equívoco que é esta UE.
Quando o BCE empresta dinheiro a bancos a 2%, que depois o emprestam
a estados-membros como o nosso a 8, o que nos obriga a pagar milhares
de milhões só em juros, quando esta UE, dita regras em relação a
leis laborais, ordenado mínimo, financiamento a empresas publicas,
etc., quando esta UE, é responsável pelo desaparecimento da nossa
industria pesada, da nossa frota pesqueira e da nossa agriculta, o
que é que tem de união? Deu-nos muita coisa? Pois deu! Deu muitos
milhões que foram parar aos bolsos de meia dúzia, deu-nos
auto-estradas que temos de pagar, deu-nos rotundas, e deu-nos a única
coisa útil: alguns pavilhões gimno-desportivos. O balanço é
altamente negativo, e continua a chantagear-nos e a ameaçar-nos com
sanções! Portanto,a esta UE que nos explora e nos humilha, devemos
dizer, Não!
Francisco
Ramalho
Corroios,
29 de Junho de 2016
Hoje, 1/7, no DN
Hoje, 1/7, no DN
SERÃO UNGIDOS?
Diz o
povo que mais vale cair em graça do que ser engraçado. Nada de mais verdadeiro,
como irei tentar demonstrar, com 2 simples exemplos, no futebol e na política.
Messi, o grande jogador argentino do Barcelona, fugiu aos impostos em Espanha,
com valores de milhões de euros. Nada se lhe pegou, de crítica ou condenação
sequer moral. Continua, impávido e sereno, com a excelente imprensa e mídia de
que sempre beneficiou. O nosso Cristiano Ronaldo, apesar de justamente já ter
sido considerado várias vezes o melhor jogador do mundo, em votação dos seus
próprios pares, tem uma má imprensa, sempre a julgá-lo como arrogante,
antipático e mal criado, ele que discretamente contribui com muitos milhares
para instituições sociais. Imaginem agora, se o CR7 tivesse fugido ao fisco em
Portugal ou em Espanha. Seria o fim do mundo, arrasavam-no completamente! Agora
na política: lembram-se do escândalo com a dívida de Passos Coelho à Segurança
Social. Inquéritos, ataques na Assembleia da República. Nenhuma ilegalidade foi
provada, mas o homem foi arrasado por todas as forças de esquerda. Não estou
sequer a defendê-lo, porque como exemplo para os cidadãos foi mau. Mas e então
agora esses da esquerda, sempre tão críticos com a direita, ficaram caladinhos
com a "criatividade" de um Secretário de Estado do actual governo,
que estando de facto a residir em Cascais, lembrou-se de invocar uma sua
recente propriedade em Tavira, para beneficiar de subsídio de alojamento?
Decidiu depois renunciar ao mesmo, mas nem uma simples observação recebeu dos
partidos de esquerda que apoiam o governo, já para não falar do PS, que deveria
em boa hora ter pedido mas era para renunciar ao seu cargo, por manifesta falta
de ética política, para não lhe chamar outra coisa pior. Às vezes esta esquerda
em Portugal parece ungida, pois praticando os mesmos erros e pecados da
direita, nunca sofre as mesmas sanções, sejam elas penais ou simplesmente
políticas.
O Reino Unido deixou a UE
O Reino Unido zarpou da UE e remeteu-se às suas ilhas, para
não ser ‘bife para ser comido de cebolada’, como diz a voz do povo.
E um partido português, e bem, porque faz parte integrante
da nossa democracia, ‘ameaçou’ que, se o ‘cutelo de Bruxelas’ pairar
perigosamente sobre Portugal e for levado avante por parte dos burocratas
europeus, o povo português deve reflectir seriamente se quer ou não sair também
da UE.
Todavia, como o referido partido – o BE – tem dirigentes que
não viveram o passado cinzento de Portugal: Estado Novo e a Guerra Colonial,
peço-lhes que perguntem aos concidadãos mais velhos o que era Portugal antes de
entrar para a UE.
E sabem mais! Não foi só a UE que nos colocou amargos de
boca. Foram as más governações nacionais que recebendo rios de dinheiro o
empregaram em obras megalómanas que não criaram mais-valias; pelo contrário, obrigaram-nos
a arcar com despesas incomportáveis face à nossa débil Economia, porque, entretanto,
foram desmanteladas todas as indústrias produtivas que geravam riqueza, para
passarmos a depender essencialmente do exterior. Exemplos: quer uma agulha para
colocar um botão e importa-a da China; quer pôr uma vela na campa de um ente
querido e ela vem da Polónia; e, assim, sucessivamente.
E eis a uma pergunta sacramental feita a esmo: o que é que
faz? Resposta: compro tudo feito! O que é bem elucidativo.
De um modo geral, passamos a viver como uns nababos sem
deixarmos de ser uns pés rapados. Passamos a tudo exigir sem, por
contrapartida, termos nenhuma obrigação a cumprir. Isso, de observar! É com os
outros!
Portanto, a culpa é só nossa, porque colocamos no poder de
todas as decisões gente muito impreparada, com muitos corruptos à mistura,
ladrões de casaca e toda uma súcia de mal-intencionados, os quais, em vez de
servirem o País e os seus cidadãos, mais não têm feito do que tudo saquear em
proveito próprio.
Resumindo: o mal não está nos outros! Está em nós!
José Amaral
Esta Europa não dos cidadãos
A dita União Europeia (UE) não responde aos anseios dos seus povos e estes, quando são chamados a decidir, refutam-na. Sem alicerces democráticos profundos e sem solidariedade, rejeitam-na. Esta Europa é sobretudo dos números (Finança). A saída do Reino Unido (RU) da UE dá mais força aos partidos de extrema-direita, aos racistas e à xenofobia. A campanha do NÃO no RU usou a crise dos refugiados como exemplo deturpado e amedrontador. Nesta UE, sobra-lhe miséria política e moral: Veja-se a vingança que fizeram ao Estado grego e a Tsipras (que não é da cor política dos poderes instalados), rebentando com o berço da Democracia – a Grécia e o seu povo; veja-se como impuseram uma receita de austeridade de garrote a Portugal, esta ter sido seguida para além do exigido, continuando a ameaçar-nos com pesadas sanções! Mas, o presidente da CE, Juncker, admite dois pesos e duas medidas à França em incumprimento, porque «a França é a França»(!) A forma de salvar a Europa é torná-la solidária, equitativa e progressista para todos os cidadãos, onde as decisões sejam participadas por todos os países e não pela voz unilateral da Alemanha...
artigo de opinião de Vítor Colaço Santos
O DIA DE SÃO PEDRO COMEMORA-SE EM PORTUGAL A 29 DE JUNHO
Tal como São João e
Santo António, São Pedro é um santo popular muito adorado. É o
último santo popular de acordo com as datas, apesar das cantigas populares.
Este dia é também conhecido como o dia São Pedro e São Paulo. Julga-se que 29
de Junho é a data do aniversário da morte destes santos. Neste dia celebra-se
também o Dia do Papa, visto São Pedro ter sido o primeiro Papa da Igreja Católica.
Tradições de São Pedro
A data é celebrada
no mês dos santos populares - Junho - e a tradição manda que a população
festeje a data decorando as ruas com várias cores e manjericos. Bailes e
marchas populares são organizadas nas ruas e a música está sempre presente.
Na gastronomia, a
sardinha assada, o pimento, broa, caldo verde e vinho são os elementos
principais da festa.
Festas de São Pedro em Portugal
Algumas cidades
celebram o feriado municipal no dia de São Pedro como por
exemplo, Póvoa de Varzim, Sintra, Montijo, Évora, Castro Verde, São Pedro do
Sul, Seixal, Macedo de Cavaleiros, Ribeira Grande, Felgueiras e Bombarral. Para
celebrar o São Pedro com euforia estes são os principais destinos a visitar.
terça-feira, 28 de junho de 2016
Quem quer sabotar o SNS?
Sabemos que ‘errar é humano’, mas ‘quando é de mais é
moléstia’.
Assim, acabamos de saber que uma jovem de 19 anos, chamada
Sara, foi 11 vezes, durante 3 anos, ao serviço de Urgência do Hospital Padre Américo,
em Penafiel, e que os clínicos apontaram sempre para uma simples crise psicológica,
enquanto a infeliz paciente, que faleceu em 2013, tinha um tumor no cérebro com
1,6 quilogramas de peso.
Apesar da desventurada Sara vomitar, ter frequentes perdas
de consciência, algumas na presença médica, não controlar a urina, os inqualificáveis
doutos pensaram que estivesse grávida, em vez de ser submetida a uma TAC ou
ressonância magnética, exames praticados em casos análogos.
A este continuado e malfadado diagnóstico não podemos dizer
que estamos perante uma incúria grosseira, mas tão-somente diante de uma autêntica
sabotagem contra o SNS.
José Amaral
Obsessão
Não são estas paredes
que me prendem!
O meu cativeiro não
está aqui!
Eu sou prisioneiro duma
ideia!
Duma ideia radicada em
ti!
Não são estas paredes
que me prendem!
Só tu me prendes,
esteja onde estiver!
Todo o meu ser tua alma
sente!
Por isso eu continuo
aqui à espera!
A esperar por ti,… por
mim,…não sei.
Num solilóquio de
apenas um acto.
A esperança persiste,
fica como lei
De viver o sonho no
momento exacto!
Joaquim Carreira
Tapadinhas, Montijo
A 28 DE JUNHO DE 1927 - Egas Moniz realiza, com êxito, a primeira angiografia num paciente vivo
A 28 de Junho de 1927, o médico português Egas Moniz realiza
a a primeira angiografia cerebral bem-sucedida num paciente vivo. A angiografia
consiste na radiografia dos vasos sanguíneos tornados visíveis pela injecção d
substâncias opacas aos raios X.
segunda-feira, 27 de junho de 2016
CHAPÉUS HÁ MUITOS E TAMBÉM PALERMAS
O Panamá é um país que se situa no istmo que une a América do Norte com a América do Sul. Entre outras coisas tem o canal que foi uma excelente ideia para encurtar as ligações marítimas entre o Oceano Atlântico e o Pacífico, sem se ter de contornar o extremo da Patagónia e fazer a travessia do temível Estreito de Magalhães, um estreito com mau feitio.
O país é mais reconhecido pelo chapéu “Panamá”, que na realidade
é manufacturado no Equador (dá pelo nome de el
Fino), com a palha da Carludovica
Palmata, que fique dito. Em 1906 o Presidente Roosevelt de visita ao canal,
levava na cabeça um chapéu destes, e alguém da comitiva ou um local, deu-lhe o
nome de Panamá – ao chapéu –, pegou e é assim que se criam as marcas.
O Panamá é também conhecido como paraíso fiscal, a sua moeda
nacional é o Balboa, que nem os próprios panamianos conhecem por preferirem os sorridentes
dólares.
Há muitos tipos de paraísos. Os post mortem são bastante apreciados e algumas religiões publicitam-nos
bem aos bem comportados na terra. Os que estão mais à mão e não é necessário
falecer para os usufruir, localizam-se na terra. Alguns são difíceis de
alcançar, são bons destinos turísticos para quem tem posses, outros são
simplesmente ideias, conceptualizações, sendo subjectivos e ao gosto de cada um.
Os fiscais ou financeiros, também conhecidos por offshore que em português quer dizer
“fora de pé”, são os melhores.
Quem chega a eles seja em regime de propriedade privada ou
partilhada, tipo time sharing, é um
escolhido, um eleito, alguém cuja santidade – apesar de humana – o levou às
portas de um paraíso.
Esta conversa continuaria assim, simples e poética e inócua, não
fosse um consórcio internacional de maldizentes acometidos de inveja sarnosa –
os jornalistas, quase todos sofrem desse mal de pele – descobrir (melhor,
alguém lhes pôs em cima da mesa) uma papelada que aparentemente incrimina umas
boas pazadas de indivíduos por esse mundo fora.
Parece haver provas – nessa papelada - de acumulação indevida de
bens e riquezas de proveniência e origem que levantam ligeiras dúvidas, bens
esses escondidos e urdidos neste paraíso
por belas filigranas de engenharia financeira.
É muito estranho que alguém tenha tamanha maldade para lançar o
mau nome a tanta pessoa de bem: políticos, grandes empreendedores, desportistas
de topo, artistas de todas as Artes, e boas.
Os meios de comunicação, ávidos de sangue fresco para as suas
cabidelas informativas opíparas, agarraram-se à papelada, confusa e com muitas
folhas soltas, e anunciaram ao mundo, que nos próximos meses e a conta-gotas
(para manter o momentum e os jornais venderem
bem), iriam divulgar os nomes desses cidadãos (muitos deles Comendadores, e
Cavaleiros, e Grandes Oficiais, medalhados por grandes feitos nos dias dos
Camões das suas pátrias).
Nas primeiras semanas foi um tsunami,
os comentadores e comentaristas, em consultas feéricas a Wikipedia, para aprenderem alguma coisa sobre esse país, consultando
tratados de teologia e história das religiões, para compreenderem a ideia de
paraíso, dando voltas às possíveis traduções de “offshore”, se é mesmo fora de
pé, ou isso é só uma “imagem”, com outra leitura.
Não se falou de outra coisa, até que outra coisa de igual
importância se faz nova notícia e todos voltam as suas atenções para isso,
esquecendo de imediato que o Panamá existe.
O povo, aborregado e de boca aberta, aguardou com curiosidade a
divulgação prometida dos nomes, afiando os cutelos para os linchamentos em
praça pública, entretenimento de muito agrado quando não há campeonatos de
futebol.
Eis que quando já está tudo à beira do orgasmo, cai dos céus uma
chuveirada de anti clímax, e abate-se o silêncio sobre a matéria. Num sem mais
ou porquê, deixou-se de falar nos Panama Papers. Uma ausência de palavras com
indícios fortes de ponto final parágrafo.
Alguns ingénuos, que são poucos e inofensivos perguntam-se o que
aconteceu? Então e os nomes bombásticos que iam ser revelados? Não era agora
que se ia conhecer a grande conspiração das forças do Mal?
Porque se calaram os jornalistas?
Falemos de outras coisas:
De empate em empate até à vitória final, é este ano que se vai
lá, ganhar a Europa, quando já nem se quer ser vizinho dela, o que não tem nada
a ver com o assunto do Panamá mas agora o que realmente interessa é o nosso
meio campo central e a fé científica do nosso mister.
A Europa tem alma?
Peter Sutherland, irlandês, 70 anos, representante especial
das Nações Unidas para as Migrações e o Desenvolvimento, entrevistado há dias
pelo Público, declarava-se preocupado com a alma da Europa. Mas será que ela
ainda a tem? Ou, pura e simplesmente, a substituiu pelo porta-moedas e pela
conta bancária? Se a mantivesse com os desígnios com que nasceu, teria
acontecido este “inesperado” sucesso do Brexit?
Os dirigentes europeus e as políticas que vêm prosseguindo são os directos
responsáveis por este desfecho. Inclino-me a acreditar que os cidadãos europeus
desejam a integração, não obstante a erupção de movimentos populistas que a
repudiam e que também são o complemento directo dos mesmos protagonistas, que
insistem em moldar os cidadãos às suas vontades, ideias e interesses, elevando
aos altares objectivos reducionistas de uma construção humana que, no início,
perseguia valores como democracia, solidariedade, justiça e humanismo. Mesmo os
defensores do Bremain, incluindo,
provavelmente, a malograda Jo Cox, mais não fizeram do que esgrimir argumentos
de baixa ordem materialista para convencerem os concidadãos à manutenção. Algo
não está bem nesta UE se os britânicos, apesar de desde sempre alvos de
tratamento privilegiado e avisados à exaustão dos prejuízos com que vão
arrostar, ainda assim quiseram sair. A pobreza dos argumentos mostra que a alma
da Europa se escapuliu na ponta do bisturi de Caudillac. E, a continuar assim,
nunca mais a reencontramos.
domingo, 26 de junho de 2016
DEVÍAMOS DAR MAIS APREÇO ÀS MODALIDADES POBRES QUE NOS DÃO TÍTULOS
Efectivamente mais uma vez ficou e está devidamente comprovado, e registe-se este facto, que infelizmente o desporto em Portugal, está concentrado somente no futebol (sendo igualmente o autor destas linhas, que confessa igualmente que é também ele conivente com tal situação). Mas na verdade é o futebol, aquela grande indústria e fábrica de gerar muitos milhões de euros, dando de comer a muitos "galifões", que rodeiam e giram à volta desta modalidade, desde dirigentes, jogadores empresários, etc. etc.
Ontem os portugueses (alguns deles claro, que nem todos gostam de futebol, e há que admitir e respeitar claro esta realidade), deitaram-se mais bem-dispostos, com a passagem dos "Lusíadas", (passo a baptiza-los assim, para os distinguir dos célebres magriços, infantes, e tantos outros nomes que tiveram quando Portugal esteve presente em fases finais de campeonatos do Mundo e da Europa), aos quartos-de-final do Euro-França 2016, após terem vencido neste IV Croácia-Portugal, a sua congénere croata por 1-0, com um golo mágico de Ricardo Quaresma, no prolongamento e ao minuto 117, para delírio daqueles mais "apaixonados" pela modalidade, mas não devemos menosprezar a boa replica que a selecção dos Balcãs deu, dando nalguns momentos algumas dores de cabeça à nossa selecção. Ficou provado, assim, é a minha opinião que vale o que vale, que ficou pelo caminho deste Euro-França 2016, uma belíssima equipa composta por grandes jogadores.
Hoje acordamos, inundados com as primeiras páginas dos nossos jornais desportivos e não só desportivos a celebrarem e encherem as respectivas páginas com o dito feito dos "Lusíadas", e respectiva passagem da selecção portuguesa sob o comando do Engº. Fernando Santos, à fase seguinte, e mais um patamar foi alcançado, na longa caminhada que é aquela, do sonho de poderem chegar à final de Paris deste Euro-França 2016, no próximo dia 10 de Julho, ficando a próxima meta, para o próximo dia 30 de Junho no Estádio Velodrome, em Marselha, para XI encontro frente à selecção da Polónia, (por curiosidade e uma nota adicional, foram já efectuados 10 jogos com 4 vitórias para Portugal 3 empates e 3 derrotas e um saldo de golos de 13-9).
Já escrevi alguma coisa sobre o feito de ontem, para já dos nossos "futeboleiro" , da selecção de Portugal e a sua participação neste Euro.
Mas o que me leva a escrever, é o facto, e a propósito do feito do canoísta Fernando Pimenta de Ponte de Lima, se ter sagrado campeão da Europa em K1 1000, e pela primeira vez na carreira, em Moscovo na Rússia, e tendo conquistado para Portugal a primeira medalha na competição. Um feito notável do canoísta português quando faltam dois meses para os Jogos Olímpicos, no Rio de Janeiro, Brasil, e, infelizmente toda a nossa comunicação social, dá algum relevo, é verdade a este acontecimento notável para o canoísta Fernando Pimenta e para Portugal, mas quase uma notícia, que a maioria da comunicação social, dá muito escondida, pequena, (aliás como é hábito, quando se tratam de modalidades chamadas "pobres"), com pouca euforia e quase com medo, de darem o devido relevo que merecem estes atletas e estas modalidades e darem a conhecer aos portugueses que temos grandes talentos noutras modalidades, que sabem honram o nome de Portugal…modalidades e os atletas que sobrevivem da carolice e completo amadorismo.
Porque não se falar mais neles e nos seus feitos de forma a incentiva-los para voos mais altos, para que a nossa bandeira possa subir os mastros mais altos, em qualquer das modalidades e se ouça mais vezes o nosso hino, símbolo de uma nação e de um povo.
(Texto-opinião, publicado na edição online, secção "Escrevem os Leitores" do Jornal RECORD de 26 de Junho de 2016)
MÁRIO DA SILVA JESUS
O FUTEBOL QUE VEIO DO FRIO
Na Islândia também se joga à bola, tema da revista Notícias Magazine Nrº. 1255 de 12 de Junho de 2016. E apurou-se pela primeira vez, para uma fase final de Campeonato da Europa. Analisando a evolução do futebol nas duas últimas décadas, não admira a qualificação. A modalidade mais apaixonante do mundo também atrai as pequenas nações e a goeladas que outrora sofriam já não são tão gélidas.
(Texto-opinião, publicado na edição Nrº.1257 na revista Notícias Magazine de 26 de Junho de 2016)
MÁRIO DA SILVA JESUS
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