Diz o
povo que mais vale cair em graça do que ser engraçado. Nada de mais verdadeiro,
como irei tentar demonstrar, com 2 simples exemplos, no futebol e na política.
Messi, o grande jogador argentino do Barcelona, fugiu aos impostos em Espanha,
com valores de milhões de euros. Nada se lhe pegou, de crítica ou condenação
sequer moral. Continua, impávido e sereno, com a excelente imprensa e mídia de
que sempre beneficiou. O nosso Cristiano Ronaldo, apesar de justamente já ter
sido considerado várias vezes o melhor jogador do mundo, em votação dos seus
próprios pares, tem uma má imprensa, sempre a julgá-lo como arrogante,
antipático e mal criado, ele que discretamente contribui com muitos milhares
para instituições sociais. Imaginem agora, se o CR7 tivesse fugido ao fisco em
Portugal ou em Espanha. Seria o fim do mundo, arrasavam-no completamente! Agora
na política: lembram-se do escândalo com a dívida de Passos Coelho à Segurança
Social. Inquéritos, ataques na Assembleia da República. Nenhuma ilegalidade foi
provada, mas o homem foi arrasado por todas as forças de esquerda. Não estou
sequer a defendê-lo, porque como exemplo para os cidadãos foi mau. Mas e então
agora esses da esquerda, sempre tão críticos com a direita, ficaram caladinhos
com a "criatividade" de um Secretário de Estado do actual governo,
que estando de facto a residir em Cascais, lembrou-se de invocar uma sua
recente propriedade em Tavira, para beneficiar de subsídio de alojamento?
Decidiu depois renunciar ao mesmo, mas nem uma simples observação recebeu dos
partidos de esquerda que apoiam o governo, já para não falar do PS, que deveria
em boa hora ter pedido mas era para renunciar ao seu cargo, por manifesta falta
de ética política, para não lhe chamar outra coisa pior. Às vezes esta esquerda
em Portugal parece ungida, pois praticando os mesmos erros e pecados da
direita, nunca sofre as mesmas sanções, sejam elas penais ou simplesmente
políticas.
O amigo Manuel, na sua sinceridade alentejana, está a avaliar personalidades publicas que pela idolatria que têm à sua volta, não podem ser aferidas pelas normas correntes. São homens que já têm estátuas em lugares públicos, sem que tenham terminado as carreiras, que sendo artificies da profissão mais bem paga do mundo, fomentam paixões e irracionalidades. Cinjo-me apenas aos dois jogadores de futebol que sendo, nos últimos anos, considerados os melhores do mundo, são personalidades completamente distintas. Leonel Messi, tem uma vida familiar como qualquer cidadão normal, mulher, filhos com pai e mãe conhecidos, e não alimenta as revistas cor de rosa com acompanhantes de luxo. Cristiano Ronaldo, mais velho 2 anos e tal que Leonel, tem menos nomeações que este como melhor jogador do mundo, tem um filho só dele, a quem não quer dar mãe (coisa estranhíssima, que só o seu egocentrismo explica) e procura arduamente ser notícia na imprensa cor de rosa, um espaço de intriga e pouco recomendável. Logo, por excesso de exposição, sujeita-se a ataques e enredos próprios desse meio. E nós, que sem sair do trilho em que se encaminha toda a vivência social, cá estamos também a falar de futebol, quando tantos assuntos mais importantes deviam merecer a nossa atenção. Na verdade, "em Roma, sei romano", como diz o velho adágio. Um abraço fraterno e lusitano.
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