Peter Sutherland, irlandês, 70 anos, representante especial
das Nações Unidas para as Migrações e o Desenvolvimento, entrevistado há dias
pelo Público, declarava-se preocupado com a alma da Europa. Mas será que ela
ainda a tem? Ou, pura e simplesmente, a substituiu pelo porta-moedas e pela
conta bancária? Se a mantivesse com os desígnios com que nasceu, teria
acontecido este “inesperado” sucesso do Brexit?
Os dirigentes europeus e as políticas que vêm prosseguindo são os directos
responsáveis por este desfecho. Inclino-me a acreditar que os cidadãos europeus
desejam a integração, não obstante a erupção de movimentos populistas que a
repudiam e que também são o complemento directo dos mesmos protagonistas, que
insistem em moldar os cidadãos às suas vontades, ideias e interesses, elevando
aos altares objectivos reducionistas de uma construção humana que, no início,
perseguia valores como democracia, solidariedade, justiça e humanismo. Mesmo os
defensores do Bremain, incluindo,
provavelmente, a malograda Jo Cox, mais não fizeram do que esgrimir argumentos
de baixa ordem materialista para convencerem os concidadãos à manutenção. Algo
não está bem nesta UE se os britânicos, apesar de desde sempre alvos de
tratamento privilegiado e avisados à exaustão dos prejuízos com que vão
arrostar, ainda assim quiseram sair. A pobreza dos argumentos mostra que a alma
da Europa se escapuliu na ponta do bisturi de Caudillac. E, a continuar assim,
nunca mais a reencontramos.
Este blogue foi criado em Janeiro de 2013, com o objectivo de reunir o maior número possível de leitores-escritores de cartas para jornais (cidadãos que enviam as suas cartas para os diferentes Espaços do Leitor). Ao visitante deste blogue, ainda não credenciado, que pretenda publicar aqui os seus textos, convidamo-lo a manifestar essa vontade em e-mail para: rodriguess.vozdagirafa@gmail.com. A resposta será rápida.
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