Trata-se de uma festa cheia de
tradições, das quais se destacam os alhos-porros,
usados para bater nas cabeças das pessoas que passam, os ramos de cidreira (e
de limonete), usados pelas mulheres para pôr na cara dos homens que passam, e o
lançamento de balões de ar quente.
Tradicionalmente, o alho-porro era um símbolo fálico da fertilidade masculina e
a erva cidreira dos pelos púbicos femininos. A partir dos anos 70, foram introduzidos os martelos de
plástico que
desempenham o mesmo papel do alho-porro, tendo, curiosamente, também um aspecto
fálico. Nos anos 70, nas Fontainhas, vendia-se ainda, na noite de S. João, pão
com a forma de um falo com dois testículos, atestando muito claramente as
conotações da festa com as antigas festas da fertilidade. Existem, ainda, os
tradicionais saltos sobre as fogueiras espalhadas pela cidade, normalmente nos
bairros mais tradicionais; os vasos de manjericos com versos populares são uma presença
constante nesta grande festa e o tradicional fogo
de artifício à meia-noite, junto ao Rio Douro e à ponte Dom Luís
I. O fogo-de-artifício chega a durar mais de 15 minutos e decorre no meio do
rio em barcos especialmente preparados, sendo acompanhado por música num
espectáculo multimédia.
Além de tudo isto, existem
vários arraiais populares por toda a cidade do Porto, especialmente nos bairros das Fontainhas, Miragaia, Massarelos, entre
outros. Nos arraiais, normalmente, existem concertos com diversos cantores
populares acompanhados, quase sempre, por comida, em especial, o cabrito assado
e mais recentemente grelhados de carnes e também as sardinhas. A festa dura até
às quatro ou cinco horas da madrugada, quando a maior parte das pessoas
regressa a casa. Os mais resistentes, normalmente os mais jovens, percorrem
toda a marginal desde a Ribeira até à Foz do Douro onde terminam a noite na
praia, aguardando pelo nascer do sol.
Não se conhece com rigor
quando teve início a festa do S.
João do Porto. Sabe-se, pelos registos do Século XIV, já que Fernão Lopes, por essa altura se terá deslocado ao
Porto para preparar uma visita do Rei, tendo chegado na véspera do S. João,
deixou escrito na Crónica que era um dia em que se fazia no Porto uma grande
festa, descrevendo-a e como era vivida pelas gentes do Porto.
É no entanto possível que essa
festa fosse mais antiga, pois existia uma cantiga da época que dizia até os moiros da moirama festejam o S.
João.
Era também no dia de S. João
que a Câmara Municipal do Porto se reunia em Assembleia Magna, que
corresponderia à actual Assembleia Municipal, reunião essa realizada no
Claustro do Mosteiro de S. Domingos, pelo seu grande espaço, onde se procedia à
eleição dos Vereadores e
onde se tomavam as decisões mais importantes para a cidade.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.