Este blogue foi criado em Janeiro de 2013, com o objectivo de reunir o maior número possível de leitores-escritores de cartas para jornais (cidadãos que enviam as suas cartas para os diferentes Espaços do Leitor). Ao visitante deste blogue, ainda não credenciado, que pretenda publicar aqui os seus textos, convidamo-lo a manifestar essa vontade em e-mail para: rodriguess.vozdagirafa@gmail.com. A resposta será rápida.
segunda-feira, 31 de outubro de 2016
COCAÍNA
É claro que somos cocaína, ó Luís Serguilha. Claro que voamos. No entanto, duvido que o cérebro ou a mente sejam o poder opressor que nos controla, que nos aprisiona. Direi mais que é o corpo, as limitações físicas, bem como os condicionalismos económicos. A nossa mente é superior. É ela que é cocaína, mescalina, que nos leva até ao infinito como em Rimbaud, Nietzsche, Henry Miller. Podemos, de facto, voar e não ficar presos a esta realidade "útil", castradora. Podemos voar e ultrapassar o dinheiro e o trabalho, parar de correr para a caixa registadora. Podemos ser sublimes. Explodir. Nada está acima de nós. Nenhum deus está acima de nós.
domingo, 30 de outubro de 2016
MAIS UM FEITO DO DESPORTO PORTUGUÊS-PORTUGAL SAGRA-SE PENTACAMPEÃO EUROPEU DE SUB-20 DE HÓQUEI EM PATINS
O Campeonato da Europa de Hóquei em Patins de Juniores é uma competição de selecções europeias de Hóquei em Patins para jogadores em idade de júnior (com 20 ou menos anos). Esta competição acontece de dois em dois anos e é organizada pelo CERH, o comité Européen de Rink-Hockey…passei a citar.
A primeira competição teve início no ano de 1953, e que se realizou em Lisboa, tendo Portugal país organizador, sagrado campeão deste Campeonato da Europa.
A Selecção de Portugal que disputou esta edição de 2016, em Pully na Suiça, Cantão de Vaud, distrito de Lavaux, e que ficou integrada, nesta 50ª. Edição no Grupo A, com a Inglaterra, vencendo na 1ª. Jornada por 8-1; na 2ª. Jornada, venceu a Itália por 6-3 e finalmente na 3ª. Jornada defrontou e venceu a selecção de Andorra por 3-1, vencendo este grupo A.
Nos quartos-de-final venceu a equipa da casa, a Suíça por 8-0. E nas meias-finais da prova encontro pelo caminho a Espanha vencendo por 4-1, apurando-se assim para a final, onde defrontou e derrotou a Itália por 3-1.
Assim a Selecção Nacional de Sub-20, sagrou-se este sábado pentacampeão da Europa, ao vencer os transalpinos na final por 3-1, Portugal conquista assim nesta 50ª. Edição da prova o seu 19.º título no historial da prova e no historial da Selecção Nacional de Sub-20, no Campeonato da Europa, apenas superado pela Espanha te soma 23 títulos a Itália com 8 títulos.
Mais um brilhante feito do desporto português, desta vez, numa modalidade como o hóquei em patins, com grandes e fortes tradições, no mundo da modalidade. Parabéns a todo o plantel que esteve presente em Pully na Suiça.
(Texto-opinião, publicado na edição online, secção "Escrevem os Leitores" do Jornal RECORD de 01 de Novembro de 2016)
(Texto-opinião, publicado na edição Nrº. 46085, do Diário de Notícias da Madeira de 6 de No-
vembro de 2016)
MÁRIO DA SILVA JESUS
Zaqueu, o cobrador de impostos
Rezam os Livros Sagrados, que Zaqueu, o publicano, era o cobrador
de impostos que desmesuradamente os impunha e cobrava ao seu povo, para os
entregar ao povo invasor, que na época era Roma.
Um dia, para ouvir Jesus, o ‘super-star’ à época que
arrebanhava multidões, subiu a uma árvore para melhor O ver e ouvir.
Jesus que no meio da multidão o lobrigou, ao terminar o 'comício' instou-o a descer e disse-lhe que iria pernoitar em sua casa, perante a
incredulidade de todos que tinham Zaqueu por traidor, inimigo e pecador.
Zaqueu, rejubilando com tão grande honraria vinda de Jesus,
recebeu-O em sua luxuosa casa com toda a pompa e circunstância.
Mas, de imediato, fez um verdadeiro acto de contrição por
todo o mal imposto aos seus concidadãos, pelo que doou-lhes grande parte da sua
indevida fortuna, deixando de os atraiçoar com até aquela data.
Que este ensinamento sirva de exemplo a tantos e tantos
vendilhões da nossa casa lusitana, que extorquiram aos cidadãos muito mais do
que era devido através de impostos injustos, lançando o povo em agonias mil,
obrigando muitos filhos a deixarem os seus, indo procurar o sustento para
terras estranhas.
Não acreditando na conversão dos Zaqueus de cá, que eles
deixem, pelo menos, de terem poderes para empobrecer ainda mais aqueles que um
dia neles acreditaram.
José Amaral
Forjando a espada
*Cristiane Lisita
Diz-se
que a espada é a alma do samurai e igualmente a sabedoria de sua existência.
Revela um alargamento de todos os seus sentidos corporais e, ainda, mentais.
Forjá-la demanda tempo e técnica. Uma porção de aço é submetida ao ardor do
fogo até se tornar maleável, possibilitando moldar o artefato a fim de obter a
forma desejável da lâmina. Posteriormente, um choque térmico na água irá
determinar a sua elasticidade e a sua rijeza. Quanto mais inflexível mais fácil
de estilhaçar. Depois é afiada e usada com honra e integridade.
sábado, 29 de outubro de 2016
OS FALCÕES E AS POMBAS
Tenho
que tirar o chapéu à esperteza dos falcões. Continuam a dominar os
céus e a terra e a ter à sua mercê o sangue fresco da manada (o
Zeca não se importaria que o cite). E ai de quem lhes desobedeça!
Como são insaciáveis, pretendem um império sem fronteiras. Um
império global. Mas como todos os impérios têm a ascensão, o
apogeu e a inevitável queda, ao falcões, magnânimos, até nem se
importam que algumas pombas pousem em fictícios locais de poder,
lhes apontem as vítimas e lhes façam apelos à contenção.
Portanto,
como dizia uma dessas pombas, é assim a vida! Os impérios e o
despertar da manada, demoram muito. Mas, os primeiros caem,e o outro
chegará!
Francisco
Ramalho
Corroios,
29 de Outubro de 2016
Quantos foram os desertores da Guerra Colonial?
Uma das quatro televisões que operam em Portugal anunciou
que um estudo, levado a efeito para se saber quantos terão sido os desertores
durante a Guerra Colonial, chegou ao número, se não me engano, de 8 639
mancebos, que deliberadamente se esquivaram às fileiras das Forças Armadas.
Questionado um desses desertores, ele, com um ligeiro
sorriso nos lábios de ‘dever cumprido’, lá contou por que países deambulou,
enquanto centenas de milhares de jovens passaram por terras do ex-Ultramar
Português em missão de soberania.
Longe de querermos ferir susceptibilidades, não se
compreendeu lá muito bem o relevo dado em hora nobre televisiva, nem qual terá
sido o propósito de tal estudo, se só foi para se fazer história a tal lacuna,
ou se uma hipotética representação de tais desertores quer, por exemplo, que a
Pátria traída lhes erija um monumento ao desertor, ou até lhes outorgue
subvenções vitalícias.
José Amaral
O país e as suas gentes
Partindo do princípio – ainda não provado até ao momento
- segundo o qual o OE 2017 virá sobrecarregar Portugal com impostos e taxas, há
muito quem, beatificamente, se questione quanto à viabilidade do país e da
economia no futuro. Recordando Luís Montenegro (PSD), para quem era óptimo que
o país ficasse bem, mesmo que as pessoas estivessem mal, ocorre-me perguntar se
semelhantes pensadores se afligiram com as privações de que tantos sofreram nos
recentes “anos de chumbo” (que ainda não acabaram, pelo menos para os que
desmaiam, por falta de pequeno-almoço, nos transportes e nas escolas). É
irrealista um OE que suaviza os cortes, ousa alguns aumentos de rendimento, e,
por outro lado, é realista, ponderado, o que condena os concidadãos à fome e à
pobreza? Repudio tais “realismos”, e só espero que o PCP e o BE, ainda que
possam parecer “convertidos” pela habilidade negocial de António Costa,
prossigam na sua visão de que, tal como as coisas estão, prioritário é
evitar-se a todo o vapor o regresso da caranguejola que confundiu progresso com
marcha-atrás.
Expresso - 29.10.2016
FALTA A VERDADEIRA VIDA
Comemo-nos uns aos outros, como diz o padre Mário de Oliveira. Estamos na corrida, na selva, na luta pela existência. As relações de trabalho são de escravização, exploração e intriga. As relações pessoais são, muitas vezes, hipócritas, de interesse, de compra e venda. Vai rareando a fraternidade, o abraço, a alegria à solta. Falta o grito animal, de libertação, de revolta. Reinam o conformismo e a doença. Falta o sopro de Jesus, a dança de Zaratustra. Falta a verdadeira vida.
Muçulmanos em Roma
Diz-se que uma imagem vale mais do que mil palavras.
Contudo, quantas adaptações cinematográficas, com milhões de imagens,
produzidas a peso de ouro, não valem sequer alguns parágrafos de grandes obras
literárias. Corre-se sempre o risco de retirar arbitrariamente uma parcela do
contexto e, às vezes, os resultados são funestos e enganosos. Vem isto a
propósito da fotografia publicada no Público, na novel rubrica “SEM
COMENTÁRIOS”, no passado sábado (22/10). Com o Coliseu romano e o Arco de
Constantino em fundo, podem ver-se umas centenas de muçulmanos em oração.
Imagem perfeitamente natural noutras paragens, só pode ter interesse editorial
pelo facto de se situar em Roma, a dois passos da Santa Sé. A meu ver, a imagem
pretende ser chocante, para não dizer provocatória, na linha de tantos vídeos
que disseminam a ideia da muçulmanização global e agitam os espantalhos do
costume. É infeliz em tempos de apelo à tolerância e à inteligência de que o
Papa tem sido, porventura, o campeão. Como agnóstico, sinto-me à vontade para
recomendar o exemplo de Francisco e evitar a provocação gratuita e perigosa.
Reconheço que a minha memória nunca foi muito fiável mas, leitor do Público desde
a sua fundação, não me lembro de o ver nestas “campanhas”.
P.S. – Só desejo que o “SEM COMENTÁRIOS” do domingo seguinte
não tenha vindo a confirmar os meus receios.
sexta-feira, 28 de outubro de 2016
Ainda sobre a "caça" ao homem
A fuga de Pedro Dias, tem sido chão que dá uvas e mato que incendeia
paixões. Ódios também. Alguns acelerados pelos media, que tudo chamam ao
homem que agora está aqui, ora ali, e amanhã aparece por outros territórios. O
medo está instalado, em cada estradão, rua, aglomerado, região, mas alimentado
graças às entrevistas dos Órgãos de Comunicação , que só passam os entrevistados
das localidades vizinhas ou fronteiriças, que se dizem com medo. E com medo de
quê? Fizeram algum mal ao fugitivo ou este fez-lhes alguma patifaria nas
vésperas dos dias? E por que ninguém, se interroga, que males fez o procurado
pelos polícias, que usam mais da raiva do que do saber, e por quais são os
montantes de coisas malévolas registadas no cadastro do indiciado por crimes, e
já condenado sem sentença? Quem tem a certeza de que ele é um assassino, um
ladrão, um psicopata ou sociopata(lindas palavras), sem terem ouvido o homem a
"caçar" e sem paradeiro certo, mas às vezes previsível, dizem os
polícias de arma aperrada junto das gentes da terra e das tabernas nos
estradões da aldeia e da vila, com cães que não cheiram nem uma criança desaparecida
junto da casota? Filho de pais acima da decência, aceites e referenciados como
pessoas de bem e de bens, qual a razão que um filho criado nestas suaves
condições, virou em idade adulta no diabo, que agora assusta alguns habitantes
das zonas ocupadas pelos agentes especiais em crimes? A que tratamentos foi ele
sujeito e aplicados pelos polícias em tempos idos, em que o homem tratava dos
seus negócios, dos seu gado, das suas mercadorias, para ser desde aí
perseguido? Quem explica tudo isto se nada o foi até hoje bem nem mal
esclarecido, para que nos possamos solidarizar com fé, aos esforços feitos
pelas forças de segurança, para que ganhem toda a razão para a "caça"
da espécie perigosa à solta, e que assusta "todos" ao mínimo ranger
da porta? Não haverá uma espécie de vingança por traições, incumprimentos, e
ajuste de contas prometidos em dias que já lá vão, de ambas as partes? Tudo
deve ser bem apurado. Esta a minha dúvida. Espero que o homem quando apanhado
como homem, se possa explicar no sítio certo, que é na Justiça. Julgado
culpado, deve cumprir a pena justa, e tratado dos males que sofre, se for caso
disso. A presunção da inocência(!) ainda deve manter-se em pé!
*( Há GNR,s que cometem crimes bárbaros que são ilibados e protegidos pelos corporativistas, que comem do mesmo Orçamento. Quer sejam os dos Tribunais quer sejam os dos quartéis. Não esqueçam o que fez aquele farda/graduado a uma família no exterior do Estádio de Guimarães, que espancou pai e avô sem razão à frente de dois filhos/netos, nem esqueçam os que mataram o "rapper snack", nem o miúdo-cigano(?)- dentro do carro em fuga,ali por Gaia nem outros muitos... que foram mortos "com tiros dados para o ar", segundo o relato dos agentes fardados) Faça-se Justiça!
Será que voltaram os desígnios pátrios?
Vivemos num tempo que prenuncia algo que, no passado, conduziu a duas guerras mundiais. Se analisarmos os seus protagonistas encontramos a nova direita populista, herdeira, dos quatro costados, tanto da mentalidade e visão totalitária de leste como do desencanto emocional e social do neoliberalismo do nosso oeste. Estamos, felizmente, em Portugal, livres dessas pragas e temos dado ao mundo, nos últimos tempos, em contraciclo, um exemplo de tolerância e de protagonismo internacional oposto a estes ventos funestos da história. A direita sempre foi algo hipócrita em termos morais e consegue levar a água ao seu moinho através de meias verdades ou falsidades populistas, enganando os povos que já não deviam ser incautos; estes, apesar de todo o progresso civilizacional, talvez na sua boa-fé, procuram ainda nela os valores perdidos e as velhas seguranças. A esquerda tem sabido aprender com as lições da história e reformulou algumas metas e abraçou alguns valores que foram caros, em tempos, à direita. A solidariedade e a compaixão são hoje, em termos globais, valores mais da esquerda do que da direita embora esta se diga cristã e bata com a mão no peito sempre que constrói novos "muros da vergonha" segregando "democraticamente" seres humanos indiscriminadamente. Este nosso Portugal, pequeno em território mas desmedido em alma, parece ter, de novo, algum papel neste jogo macabro mundial e sem necessitar de invocar messianismos antigos, dignos de um Pessoa, de um Agostinho da Silva ou de um Padre António Vieira, direi que a nomeação de António Guterres para secretário-geral da ONU, de Marcelo Rebelo de Sousa para Presidente da República e de António Costa para
primeiro-ministro são coincidências temporais que me fazem lembrar tais desígnios outrora proclamados.
primeiro-ministro são coincidências temporais que me fazem lembrar tais desígnios outrora proclamados.
José Carlos Palha
28 DE OUTUBRO - Dia Mundial da Terceira Idade
Dia 28 de Outubro, Dia Mundial da Terceira Idade foi
proclamado pelas Nações Unidas como forma de chamar a atenção do Mundo para a
situação financeira, social e afectiva em que se vive nessa faixa etária.
Apenas uma pequeníssima parcela da população idosa aufere rendimentos suficientes
para levar uma existência minimamente aceitável. A maioria, infelizmente, passa
bastantes dificuldades, competindo aos filhos suprir as necessidades económicas
dos pais quando estes atingem uma idade avançada e, sobretudo, distribuir-lhes
carinho idêntico àqueles que deles receberem enquanto foram jovens. As crianças,
por sua vez, deverão respeitar e valorizar o papel dos avós na vida familiar. Socialmente,
nada há mais triste que abandonar idosos em lares, não permitindo a cooperação
e a partilha de saberes entre as diferentes gerações. Conta-se que, há muitos
anos, numa terra longínqua, sempre que alguém atingia uma idade avançada, o seu
filho entregava-lhe um cobertor e abandonava-o num monte, onde ficava a
aguardar a morte. Certo dia, um idoso ao chegar a sua vez de ser deixado no
referido monte, devolveu o cobertor ao filho, dizendo-lhe: “fica com ele, assim
já terás dois cobertores para te aqueceres quando também chegar a tua vez de
para aqui vires”. Só então o filho se apercebeu
de quão terrível era aquele costume e trouxe o pai de volta ao seio
familiar.
Do fundo do coração e do cérebro
Ontem, 27 outubro, morreu João Lobo Antunes (JLA). Fiquei triste. Alguém que eu muito admiro e, por isso, prestei atenção às notícias que lhe diziam respeito. É muito bom ouvir tantos, verdadeiros e elogiosos testemunhos sobre alguém cuja vida valeu a pena e que trabalhou até ao limite.
Em 2002 comprei De Profundis, Valsa Lenta de José Cardoso Pires, uma obra escrita em 1997, um ano antes da sua morte. Uma obra que começa com uma «carta a um amigo-novo», redigida na Páscoa de 1997 pelo professor JLA, seu médico e que tratou o escritor de "uma afasia fluente grave, ou seja, não era capaz de gerar as palavras e construir as frases (...)". No final desta espécie de prefácio, o médico neurologista, conhecedor profundo de Eça de Queirós, escreve: "certas coisas não se sabem e é preferível não se saberem. Não será melhor assim? Ab imo corde". José Cardoso Pires agradece ao "Professor" na última página daquele livrinho e desabafa gratidão pela competência e solidariedade que lhe foi prestada no seu internamento no Hospital de Santa Maria.
E o ladrão do século é:
A benevolente, a sempre generosa e cega justiça portuguesa,
apesar da ‘perigosidade’ deste marginal, libertou o apelidado ‘ladrão do
século’, o qual em três (!!!) ousados assaltos, teve a audácia de roubar a
‘astronómica’ quantia de, imagine-se, 14 euros, que dão 1 400 cêntimos,
uma fortuna acima da média daqueles ‘pobres’ que colocam as suas ‘magras’
poupanças em paraísos fiscais.
Em troca da sua liberdade, tal ‘facínora’ terá de cumprir
480 horas de trabalho comunitário, o que sai à razão de quase 3 cêntimos/hora.
Agora, não brincando como brinca a justiça com os fracos e
se verga perante os fortes, o caso do Manuel Valente, de 32 anos de idade, que
o MP queria que continuasse nas grades, ao invés do colectivo de juízes do
Tribunal de S. João Novo, perguntamos: a quantos séculos deveriam ser condenados
e encarcerados os banqueiros que saquearam milhões e milhões deixando o país de
tanga e o contribuinte a pagar com língua de palmo o que não pediu?
José Amaral
Trabalho precário ou...
…temporário ou sazonal ou tarefeiro é um contrato de prestação de serviços que existiu e existirá sempre. Podemos incluir nesta área, por exemplo, os nadadores-salvadores, vigilantes de campos de férias, apoios a eventos desportivos. E também em certas industrias como fábricas de refrigerantes ou cervejeiras que durante a época de verão precisam de um reforço de mão-de-obra em certas tarefas. Estas oportunidades são aproveitadas principalmente por estudantes ou trabalhadores agrícolas que têm desocupação coincidentes com a procura das actividades sazonais.
Durante muitos anos havia honra por parte das empresas de publicarem os seus quadros de pessoal e os trabalhadores tinham orgulho no nome da empresa onde trabalhavam. Entretanto apareceu a possibilidade dos empregadores fazerem contratos assim-assim, recibos verdes etc. e estas atitudes desregularam a estabilidade mínima que uma sociedade precisa para progredir.
As empresas não podem e não devem mascarar o trabalho da mão-de-obra que suporta a actividade regular ao longo dos anos com contratos precários criando um mundo sem perspectivas e cortando os sonhos dos nossos jovens se manterem no nosso País e constituírem família.
Clotilde Moreira
(Publico, 27-10-2016)
quinta-feira, 27 de outubro de 2016
MORREU JOÃO LOBO ANTUNES
O neurocirurgião João Lobo Antunes morreu esta quinta-feira, aos 72 anos, vítima de doença prolongada. João Lobo Antunes, presidia ao Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, cargo que deixou de exercer em Junho de 2015, por já estar com a saúde debilitada. O neurocirurgião, que foi professor na Faculdade de Medicina de Lisboa, deixa quatro filhas (a mais conhecida é a actriz Paula Lobo Antunes, casada com o actor Jorge Corrula) e oito netos. João Lobo Antunes nasceu em 1944 e, para além do nome do pai, herdou também a vocação: licenciou-se em Medicina pela Universidade de Lisboa em 1968. O pai, também neurologista, colaborou com Egas Moniz, facto nunca esquecido por Lobo Antunes e que o levou a publicar uma biografia do Nobel da Medicina português. Com uma carreira que se estendeu por mais de 50 anos, especializou-se em neurocirurgia nos Estados Unidos, tendo trabalhado no Instituto Neurológico da Universidade de Columbia, em Nova Iorque. Regressa a Portugal em 1984, passando a dirigir o serviço de neurocirurgia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Foi mandatário das candidaturas de Jorge Sampaio e Cavaco Silva à Presidência da República e ainda membro do Conselho de Estado até ao início de 2016. O neurocirurgião dedicou-se principalmente ao estudo do hipotálamo e da hipófise. No ano passado, foi-lhe atribuído o Prémio Nacional de Saúde 2015, altura em que foi recordado como o primeiro médico da história a implantar um olho electrónico num cego, um implante que desde então já foi feito em 15 invisuais, permitindo-lhes ver algumas formas e distinguir certas cores. No último dia de 25 de Abril recebeu das mãos do Presidente da República a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade. Já antes tinha recebido a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique e a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iágua de Espada. Depois de agraciado em 1996 com Prémio Pessoa, recebeu em 2003 a Medalha de Ouro de mérito do Ministério da Saúde e em 2013 o Prémio da Universidade de Lisboa. Foi Vice-Presidente para a Europa do World Federation of Neurosurgical Society (1990), Presidente da Sociedade Europeia de Neurocirurgia (1999-2003), do Conselho Superior de Ciência, Tecnologia e Inovação (2003-2006), da Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa e da Academia Portuguesa de Medicina e Professor Convidado da Universidade de Pequim. Irmão de António Lobo Antunes também tinha paixão pelos livros Tal como o irmão mais velho, o celebrado escritor português António Lobo Antunes, João Lobo Antunes nutria grande gosto pela literatura. Publicou em finais de 2015 o último livro de ensaios, 'Ouvir com Outros Olhos', e trabalhava agora num livro de memórias. Foi sempre um aluno exemplar e dizia-se exigente consigo próprio e prefeccionista. Para além da neurocirurgia, deixa reflexões sobre a Medicina e sobre a natureza humana.
NOTÍCIA DE ÚLTIMA HORA: BASEADA NA INFORMAÇÃO ONLINE DO CORREIO DA MANHÃ DE; 27 DE OUTUBRO DE 2016 PELAS 16h00
MORREU JAIME FERNANDES, PROVEDOR DA RTP
Jaime Fernandes, provedor do telespectador da RTP, morreu esta quinta-feira, aos 69 anos. O ex-locutor e jornalista da Emissora Nacional estava no cargo desde 2013, sucedendo a José Carlos Abrantes. Jaime Fernandes foi o criador da estação de rádio Antena 3, em 1994. O jornalista, nascido a 23 de Junho de 1947, integrou a administração da RDP em 1989, permanecendo no cargo durante cinco anos. Foi ainda director de empresas ligadas à RTP e da empresa ligada á gestão do antigo pavilhão Atlântico, hoje MEO Arena. Foi também director nas antenas internacionais da RTP. Enquanto provedor do telespectador, cargo que desempenhava actualmente, apresentava 'A Voz do Cidadão', transmitido na estação pública todos os sábados.
NOTÍCIA DE ÚLTIMA HORA: BASEADA NA INFORMAÇÃO ONLINE DO CORREIO DA MANHÃ DE; 27 DE OUTUBRO DE 2016 PELAS 12H05
Subscrever:
Mensagens (Atom)