terça-feira, 11 de outubro de 2016

Garcia Lorca

Completam-se neste 19 de agosto, 80 anos do assassinato do grande poeta granadino, autor do Romance Sonânbulo, poema que integra o livro magnífico, Romanceiro Gitano, que tornou célebre o seu jovem autor, de seu nome Federico del Corázon de Jesús Garcia Lorca. Intelectual incontornável na literatura do século XX, criado numa Espanha de braço dado com o nazismo hitleriano que lhe haveria de ser fatal, Garcia Lorca, assim conhecido, contemporâneo e amigo do compositor Manuel de Falla, passou ao lado de um percurso enquanto músico, que lhe adivinhamos de sucesso tal era o seu génio. Mas foi a partir da sua Andaluzia Gitana, que o inspirou e aonde ganhou a sua paixão pela poesia e pelo teatro, que o martírio tomou forma. Estudou direito e filosofia, e isto não lhe valeu na hora do seu vil fuzilamento executado pelos fascistas comandados pelo generalíssimo Franco. Assassinado cruelmente por razões não esclarecidas de todo desde então, e por encontrar desde o combate que travou, o poeta andaluz ainda resiste através da sua Obra e das suas canciones, que lhe prestam merecida homenagem, e nos fazem reflectir sobre os fascismos de hoje, bem latentes, mas que batem à porta envergando trajes fanáticos e até religiosos, da cabeça aos pés, e outros que vestem fato e gravata envoltos no fumo dos charutos que o capital esconde mas que também saca da bíblia na hora de uma qualquer razão sem razão. Vítima das suas opções e da sua forma de vida, Garcia Lorca, está presente sempre que um homem e um grupo de teatro quiser, passados que são tantos anos quantos tem qualquer um de nós ou quantos tem um avô qualquer nosso ainda vivo, e sem no entanto ter sido resgatado o seu reclamado corpo. Cantemos pois, Verde para que quero verde, a esse ilustre ícone na luta pelo direito à diferença e da liberdade de expressão, em jeito de recordação e de gratidão pelo exemplo que ele nos deixou. Viva Garcia Lorca!


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