segunda-feira, 17 de outubro de 2016

OS LIVROS SÃO AS PRISÕES DAS PALAVRAS





Há dois tipos de palavras: as que são ditas e se evaporam saindo disparadas a vogar para o infindo, e as que se escrevem. Estas são apanhadas à porta do pensamento, a ver quem passa, e distraídas por serem voyeur são capturadas pelos lápis. Não cometeram delito, mas como em cada pensador há um Procurador do Ministério Público, elas são amarradas por cadeias invisíveis às folhas do papel. Um livro não é mais que um ajuntamento inusitado de palavras prisioneiras, acusadas de não-delitos incomuns.

Eram assim os livros.

In REDONDO VOCÁBULO: www.luizrobalo.blogspot.pt

2 comentários:

  1. Contudo, as palavras, porque estão presas, permanecem. As palavras ditas, porque são livres, só serão repercutidas se alguém as prender. Abençoadas grades que fazem permanecer as palavras, para que as possamos visitar e fazê-las reviver.

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  2. Já tenho milhões de palavras que trago presas comigo e à minha guarda. Elas gostam de mim e da situação por mim encontrada para as ter presas no meu coração.

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