Partindo do princípio – ainda não provado até ao momento
- segundo o qual o OE 2017 virá sobrecarregar Portugal com impostos e taxas, há
muito quem, beatificamente, se questione quanto à viabilidade do país e da
economia no futuro. Recordando Luís Montenegro (PSD), para quem era óptimo que
o país ficasse bem, mesmo que as pessoas estivessem mal, ocorre-me perguntar se
semelhantes pensadores se afligiram com as privações de que tantos sofreram nos
recentes “anos de chumbo” (que ainda não acabaram, pelo menos para os que
desmaiam, por falta de pequeno-almoço, nos transportes e nas escolas). É
irrealista um OE que suaviza os cortes, ousa alguns aumentos de rendimento, e,
por outro lado, é realista, ponderado, o que condena os concidadãos à fome e à
pobreza? Repudio tais “realismos”, e só espero que o PCP e o BE, ainda que
possam parecer “convertidos” pela habilidade negocial de António Costa,
prossigam na sua visão de que, tal como as coisas estão, prioritário é
evitar-se a todo o vapor o regresso da caranguejola que confundiu progresso com
marcha-atrás.
Expresso - 29.10.2016
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