Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República Portuguesa, quando
convidado a pronunciar-se sobre o novo Nobel da Paz, Juan Manuel dos Santos
Calderón, o Presidente colombiano, que sucede com juventude e calma ao grande
escritor Gabriel Garcia Marquez, autor de "Cem anos de solidão",
fê-lo num modo e num tom pouco entusiasta, quase desapreciador da escolha
feita. É um facto de que o nosso Presidente, mais velho e tão bem nascido em
berço de ouro, quanto o seu homólogo colombiano, que tem quase tantos anos de
comentador quantos o presidente dos Santos viveu os 50 anos de guerrilha, que
provocaram mais de 260 mil mortos, desaparecidos nas matas e nos buracos
abertos a ferro de pá e fogo de fusil, e contra ela lutou para alcançar hoje o
que lhe foi atribuído, nunca poderia ser um candidato a tal honroso Prémio. Mas
em Oslo, na Noruega, o superior Colégio ou Comité de Sábios, que faz as
escolhas, entregou o Nobel da Paz ao homem que mais fez por o merecer. Porém
Marcelo não gostou lá muito, e pior ficaria se tal distinção se estendesse até
às mãos de Timochenko - Rodrigo Londoño Echeverria, o guerrilheiro. Mas
a interpretação de M.R.S. líder de outras guerrilhas comesinhas e ao seu
estilo, é que o Prémio é dado ao Povo e não ao governante do país
sacrificado e enlutado. Pois é. Mas o Povo colombiano é hoje o mesmo para Juan
dos Santos Calderón, também ex-jornalista de maior relevo do que o professor
luso, como já o era na véspera de ele assumir o cargo, para os presidentes que
o antecederam, e que nunca foram capazes de chegar a um Acordo desta
envergadura com as FARC de Timochenko -o dono da última bala e da derradeira
palavra. E mesmo assim, este mesmo Povo da Colômbia chamado a votar em
Referendo e falar para dizer se queria a Paz e mais justiça social, votou pelo
Não. Comprova-se assim, de que o Prémio Nobel da Paz é deste Presidente actual
da Colômbia e por simpatia de metade do povo colombiano, e não cai na
interpretação esvaziadora que Marcelo lhe colou, ou pareceu lhe retirar mérito
aos esforços feitos, que Juan Manuel dos Santos a si impôs, com muita vontade,
determinação, coragem e lealdade, para acabar com a guerra e devolver a Paz e o
amor ao seu Povo todo. Quer Marcelo goste muito, pouco, ou mesmo nada!
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