sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Será que voltaram os desígnios pátrios?

Vivemos num tempo que prenuncia algo que, no passado, conduziu a duas  guerras mundiais. Se analisarmos os seus protagonistas encontramos a nova direita populista, herdeira, dos quatro costados, tanto da mentalidade e visão totalitária de leste como do desencanto emocional e social do neoliberalismo do nosso oeste. Estamos, felizmente, em Portugal, livres dessas pragas e temos dado ao mundo, nos últimos tempos, em contraciclo, um exemplo de tolerância e de protagonismo internacional oposto a estes ventos funestos da história. A direita sempre foi algo hipócrita em termos morais e  consegue levar a água ao seu moinho através de meias verdades ou falsidades  populistas, enganando os povos que já não deviam ser incautos; estes, apesar  de todo o progresso civilizacional, talvez na sua boa-fé, procuram ainda nela os valores perdidos e as velhas seguranças. A esquerda tem sabido aprender com as lições da história e reformulou algumas metas e abraçou alguns valores que foram caros, em tempos, à direita. A solidariedade e a compaixão são hoje, em termos globais, valores mais da esquerda do que da direita embora esta se diga cristã e bata com a mão no peito sempre que constrói novos "muros da vergonha" segregando "democraticamente" seres humanos indiscriminadamente. Este nosso Portugal, pequeno em território mas desmedido em alma, parece ter, de novo, algum papel neste jogo macabro mundial e sem necessitar de invocar messianismos antigos, dignos de um Pessoa, de um Agostinho da Silva ou de um Padre António Vieira, direi que a nomeação de António Guterres para secretário-geral da ONU, de Marcelo Rebelo de Sousa para Presidente da República e de António Costa para
primeiro-ministro são coincidências temporais que me fazem lembrar tais desígnios outrora proclamados.

José Carlos Palha


1 comentário:

  1. Mas quando é que a direita foi solidária? E os povos sempre foram e são incautos perante a lavagem cerebral que a direita, com a sua comunicação social, lhes aplica. Alienando-os para assim melhor os explorar e os preparar para as suas guerras de domínio e rapina: Jugoslávia,Afeganistão,Iraque, Líbia, e agora, Síria. E Deus queira que o pior não esteja para vir...Com o potencial nuclear existente, a 2ª Guerra Mundial,mesmo com os quase 50 milhões de mortos, não passaria de um incidente.

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