Os políticos dizem
coisas…
Todos os dias, a toda hora, em qualquer sítio, os políticos
dizem coisas. Na sua grande maioria, vivendo acima da média do povo que
representam, pronunciam frases agradáveis aos ouvidos dos seus eleitores, de
modo que se recomendem e continuem a viver da política que os sustenta.
Quando estão na oposição, mesmo sabendo, lá no fundo da sua
consciência, que estão mentindo, confundindo desejo com possibilidade, oferecem
um Mundo Novo, onde a justiça social acabará por triunfar. Depois, porque a
inconsciência está distribuída em profusão pelos eleitores e há sempre quem
tenha esperança, os novos vencedores, os políticos no exercício do poder, confrontados
com as promessas, adiam as resoluções prometidas ou as esquecem definitivamente.
É assim neste país que amo, e em muitos outros, que são seus
pares nos areópagos internacionais, que controlam a vida de todos nós.
Lá no alto, como deuses, sem conhecerem os espaços e as
condições em que vivem ou sobrevivem seres humanos, tais como eles, cingindo-se
apenas ao rótulo de país, decidem castigos ou acções de benevolência segundo o
comportamento dos governos e das economias em observação.
As previstas decisões sobre multas, ou de retirada de
benefícios, previstos em Fundos Sociais Europeus, são postas a circular com
meses de antecedência, criando um ambiente de insegurança, que ofende o
bem-estar de qualquer cidadão responsável e consciente dos deveres pátrios,
pois simboliza um cutelo que lhe pode cair sobre a cerviz.
Este clima de insegurança começa a tornar-se banal, pois, no
nosso país, todos os dias surgem nos órgãos de comunicação social, a partir de
informações vindas da parte do governantes ou de políticos responsáveis,
notícias sobre mais impostos e taxas ou alterações nos existentes, sejam da
parte do governo central ou de outras entidades.
A instabilidade está há muito instalada e isso prejudica
todos os projectos, porque não existe um programa nacional, devidamente
estruturado, para fazer progredir o país. E isso não é por maldade. É,
sobretudo, por ignorância daqueles que, por portas e travessas, atingiram o
cume do poder e não têm a mínima ideia do que fazer com ele, a não ser retirar
para si, e para os amigos, os proventos que dele lhes advém.
Joaquim Carreira
Tapadinhas, Montijo
BI 9613, TM 962354823, jcatapadinhas@gmail.com
Bondade sua dizer que não é por maldade. Amigo Joaquim, conhece o ditado: quem parte e reparte e não fica com a melhor parte, ou é tolo ou não tem arte?
ResponderEliminarConheço alguns políticos, em cargos de menos realce, que não são maus no sentido maléfico do termo, mas sim incompetentes que servem de guarda pretoriana a outros maus e espertos. Na política há de tudo e alguns escolhem para seus subordinados, de propósito, indivíduos, pouco inteligentes ou impreparados, para no futuro não lhes fazerem sombra e eles continuarem a ocupar os lugares.
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