Este blogue foi criado em Janeiro de 2013, com o objectivo de reunir o maior número possível de leitores-escritores de cartas para jornais (cidadãos que enviam as suas cartas para os diferentes Espaços do Leitor). Ao visitante deste blogue, ainda não credenciado, que pretenda publicar aqui os seus textos, convidamo-lo a manifestar essa vontade em e-mail para: rodriguess.vozdagirafa@gmail.com. A resposta será rápida.
domingo, 19 de março de 2017
A PODRIDÃO DO CAPITALISMO
O capitalismo é isto à escala mundial. Uns devoram-se aos outros. Mesmo entre os pequenos reinam a intriga, a competição e a inveja. As pessoas atropelam-se na corrida pelo lugar, pela carreira, pelo dinheiro. As relações são cada vez mais superficiais. Vão rareando a fraternidade, a verdadeira camaradagem. Tudo gira em torno do lucro e do sucesso. As pessoas estão doentes, deprimidas, esquizofrénicas em trabalhos, em vidas com cada vez menos sentido. A finança domina todos os discursos como se fôssemos números, percentagens, mercadorias. Como se não existisse amor, iluminação, poesia. Como se não fôssemos filhos dos céus e de Dionisos. Como se tivéssemos de andar sempre contidos, castrados, mortos. Em vez da liberdade e da libertação avançam o medo e o sentimento de culpa- que ainda vêm das religiões- e daí os terrorismos de Estado e os outros, o ascenso da extrema-direita, o medo do diferente, a mania da vigilância.
O capitalismo é também roubo. Do rico ao pobre, do explorador ao explorado. É mercearia. É compra e venda. É conversa de mercador, é ausência de vida, de sentimento, de substância. E é igualmente lavagem ao cérebro. São imagens sobre imagens e ideias que se impõem como únicas e absolutas desde a infância. A família, a escola, o trabalho e os media convencem os indivíduos de que não há alternativa à sociedade mercantil, de que esta "vida" é única e irreversível. Claro que alguns de nós, a dada altura, nos questionamos e nos rebelamos. Mas é uma luta diária, dura, quase quixotesca. Estamos em clara minoria.
1 comentário:
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A sua escrita é percuciente e virulenta. Mas hoje dou-lhe toda a razão quanto ao cerne do seu escrito.
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