O poeta, segundo
Platão, é o mensageiro dos deuses. Dele "jorra furiosamente tudo o que lhe
vem à boca como a gárgula de uma fonte, sem o ruminar nem o ponderar, e escapam
dele, em fluxo intermitente, coisas de cor diversa e contrária
substância", acrescenta Montaigne. Diz-se que eram poesia a antiga
teologia e a primitiva filosofia. Seria a linguagem original dos deuses. De
facto, os grandes poetas não são os operários da palavra, aqueles que andam
sempre a riscar e a emendar, a subtrair e a acrescentar. Pelo contrário, são
aqueles que detêm o fogo. Os xamãs, aqueles a quem a palavra surge como o
relâmpago. Aqueles que têm visões, iluminações, alucinações. Como Nietzsche,
Holderlin, William Blake, Walt Whitman, Rimbaud.
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