- Por entre o meu arquivo apenas encontrei este texto que, já não era o primeiro nem o segundo, e que os enviara às Redacções dos Jornais, para ver da sua sorte de publicação. Mas não. O caso Rui Pedro na altura, virava-se mais para o visual da sua mãe, do que propriamente para a dor que o acontecimento produziu. Eu fui resgatá-lo e ver se descobria os anteriores a este, mas não fui bem sucedido, como não foi a Justiça na descoberta do(s) raptores ou desaparecimento do pobre rapaz, que andava de bicicleta mesmo nas barbas dos pais, e que estes o perderam da vista para sempre. Mas foi necessário encontrar um culpado na altura. Pelo meio meteram uma prostituta que depressa largaram e não interrogaram devidamente, e nem lhe perguntaram se estava ligada ao mundo do crime e/ou da extracção de vísceras ou de outro tipo de mundo negro, diabólico, e até aberta aos polícias. Afonso Dias, o julgado criminoso e condenado sem provas inequívocas, acaba agora nesta data, de ser libertado, e à porta da cadeia, tinha à sua espera quem nunca o abandonou - a tia fiel. As suas primeiras palavras, largadas para ela e ao vento, foram -"Só Deus me pode julgar". Afonso não perdeu o juízo, e acrescentou mais um desabafo -"estive preso injustamente". Tempo esse em que chorou muito e estudou mais um pouco. Não podemos deixar de pensar também nesta hora, nas lágrimas e no sofrimento dos pais do rapaz da bicicleta, Rui Pedro. Mas uma mão, não pode aqui, servir para lavar a outra. O resto desta "estória", será melhor esclarecida se e quando Afonso a passar a livro, que diz irá fazê-lo. Da minha parte recuperei uma "carta", entre as outras desaparecidas também, e reenvio para que as Redacções dos Jornais tenham consciência da falha cometida ao não publicá-la, tal como falham os Juízes que se outorgam donos da verdade e da razão, e convictos de tais (in)certezas, prendem um homem, por tempo irrecuperável e irreparável. Deus, a estes também os irá julgar!
-(30/03/2017)
"A incerteza encarcerada"
Esta não é a primeira vez que comento o caso impróprio, e
suspeito de que será sempre um acontecimento inacabado de tanta incerteza
maldita. O caso Rui Pedro, desaparecido em Lousada e investigado por
tudo quanto é esquina e beco, mato, buraco e net, sem que até hoje alguma coisa
nos trouxesse verdade e paz. Faz quase uma vintena de anos que o miúdo da
bicicleta, rolava sobre rodas entretido ali perto de casa, enquanto se divertia
sob o olhar distraído da mãe, e abandonado da preocupação do pai, assoberbado
no seu trabalho, desapareceu até hoje, sem que se tenha uma pista sequer do que
terá acontecido. No entanto, um homem foi preso ao fim de muita(!) investigação
e pouca lucidez na sua condução pelas autoridades especiais. Um homem está
preso, e vai continuar para sempre nessa condição sem que haja a convicção, a
mínima dúvida de que foi ele o verdadeiro, o único, o principal implicado no
caso traumático para duas ou mais famílias. Um homem que foi julgado, antes,
durante, e após ter rolado com o seu camião por estradas de pó e de asfalto em
busca do pão, do seu sustento, para no regresso a casa, a que nunca fugiu, o
descarregar e pôr na mesa junto dos seus, aonde o esperavam com mais lágrimas
do que com fome. Sempre tendo, o medo, como companheiro na cabine da
angústia, quer em viagem, dentro da solidão, no seu vai-e- vem que o trabalho
obrigava. Por outro lado temos uma família sofrida até não poder mais, que não
mais teve de volta o seu filho querido, por outras voltas que tenha dado, por
tantos caminhos, vias electrónicas, e tribunais terrestres, com um advogado,
que a todo o custo quis fazer prova, mais mediática e proveitosa quanto
teimosa, de que ali estava o homem-chave capaz de nos conduzir a todos à
verdade, e promessa disso fez, como conduziu, o agora preso, sempre em
segurança o seu camião de longo e pensativo percurso. Advogado apostado é
advogado bem pagado. O camionista não é homem mediático, e não tem recursos
nem amigos republicanos nem maçónicos, para avançar para lá da dificuldade
aonde pudesse carregar as provas incontestáveis que o ilibassem. E Tribunais
imunes a pressões e até Constitucionais não lhe deram séria importância. Afonso,
o homem encarcerado em Guimarães, terra aonde um graduado de polícia anda à
solta após desancar com porrada e o bastão da cobardia, uma família doce, após
um jogo da bola, vai ter saida precária da prisão que o diabo ergueu à sua
volta por uns Dias. Por bom comportamento - licença banal em matéria
grave. Atitude ou bom-senso, que segundo a acusação lhe faltou aquando o Rui
Pedro, que era um amigo mais novo, deixou-nos e a sua alegria de pedalar na sua
bicicleta recreativa, não se sabendo absolutamente nada sobre o que terá
acontecido. Afonso Dias, regressará após o período concedido em liberdade, à
prisão aonde retomará a figura do diabo, sem que o advogado, mau pagador de
promessa feita, e uma prostituta, com quilómetros de pecado e de falta de
credibilidade, uma mãe e um pai, incansáveis com a cruz da dor e da escuridão
às costas faz anos, uma polícia duvidosa e vazia, conseguissem até hoje
provar-nos que Afonso Dias foi mais precário do que alguns intervenientes no
processo que o julgou e condenou, e que estes é que deviam beneficiar de uma entrada precária nas grades, pela injustiça
alegadamente cometida, por sem resposta indesmentível que nos descanse e
pacifique a todos.
-(17/02/2016)
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