Quando vemos, ouvimos e lemos Mário Centeno, o actual ministro das Finanças, sentimos que estamos perante um homem sério, meio envergonhado por envergar o fato da humildade, e ao mesmo tempo o de um professor que tem muito para nos ensinar, e um responsável no desempenho do cargo que ocupa. Não vemos nele um homem que usa de qualquer disfarce, nem se veste de diabo com cornos, nem de coelho de orelhas moucas. Vemos nele um filho de Portugal, que levanta a bandeira verde-rubra, e com a esfera armilar bem centrada, e não uma outra com cor de apátrida, que ao centro exibe apenas o cifrão aldrabado, filha-retornada, com raízes de antigas aventuras sem gotas de sangue de Aljubarrota ou de S. Mamede, e que chegou cá por via de fuga de terra corrupta. Vemos em Mário Centeno um homem que olha para outros, e neles vê homens iguais, nos defeitos e virtudes, que falam a sua língua e que é em prol deles que trabalha e faz o seu melhor. Não reivindica para si méritos de vitórias que ao povo pertencem com os seus sacrifícios. No entanto, aparecem-lhe sempre ao caminho, os tais diabos negros e encarnados, feitos à martelada com canudos tardios, que procuram desmantelar a sua conseguida meta, que é tirar Portugal do sufoco do défice gigante que o país carrega, e tais chico-espertos chamam a tal proeza uma “habilidade, quando não um milagre”. Portugal está a precisar de uma varridela em tais aves canoras, (des)afinadas para tolher o canto, esforçados desmancha-prazeres e frustrados desde a teimosa lapela embandeirada até à ponta dos pés em bico malicioso, quando se põem a palrar. Há muitos e sérios problemas para tratar, cuidar, construir, proteger, tranquilizar e pacificar em Portugal. Mas com contributos dos arautos da desgraça, que todos os dias enegrecem os resultados das equipas e dos portugueses sérios e competentes, que optaram pelo caminho do sucesso passo a passo, e não de outros “passos” ressabiados, o sofrimento pedido aos portugueses pobres e desempregados, médios e remediados, que espreitam a desejada abertura para uma maior felicidade, jamais será devidamente aliviado, e para sempre ultrapassado. Devolvam tais aves exóticas, por favor, à procedência!
Diz-se que "quem vê caras não vê corações", mas que a mímica facial é uma boa primeira "porta de entrada", lá isso é! Talvez bem melhor que os escritos, pois esses podem ser burilados e trabalhados, ao contrário do olhar. Mário Centeno é bem um exemplo do primeiro caso, talvez porque o vejo e ouço bem mais do que o leio.
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