Este blogue foi criado em Janeiro de 2013, com o objectivo de reunir o maior número possível de leitores-escritores de cartas para jornais (cidadãos que enviam as suas cartas para os diferentes Espaços do Leitor). Ao visitante deste blogue, ainda não credenciado, que pretenda publicar aqui os seus textos, convidamo-lo a manifestar essa vontade em e-mail para: rodriguess.vozdagirafa@gmail.com. A resposta será rápida.
segunda-feira, 10 de abril de 2017
Ser idoso.
… ter coragem de olhar para frente e dizer que traz consigo um mundo. Um mundo de sabedoria. É ser gente. Alguém que vê a difícil vida em cada ruga. Carrega na sua guarida a realização e a gratidão da existência. Significa dar um passo, quando num dia, infelizmente se sofreu… Significa guardar o que se sente. E, no dia seguinte, viver, ser feliz, como um aprendiz de sábio, e lá bem no fundo, no fundo do seu coração, preservar as memórias eternas dos anos.
Todos têm no rosto a marca da vivência e a experiência de vários momentos vividos com alegria e, hoje, mais do que nunca, o que lhes entristece mais é a solidão, a falta de carinho e de atenção. Temos de lhes dar o que merecem, devolver-lhes tudo o que nos deram, abraçá-los, acarinha-los, compreende-los, não duvidarmos das suas capacidades, darmos uma mão, uma palavra, um miminho.
Mas, atenção! Idoso é uma pessoa que tem muita idade. Ser velho é diferente: é perder jovialidade. A idade apenas causa a degenerescência das células, a velhice causa a degenerescência do espírito. Por isso, nem todo o velho é idoso e há velhos que ainda nem sequer são idosos. Os idosos sonham. Os velhos dormem. Os idosos aprendem. Os velhos nem ensinar conseguem.
Se você, que estiver a ler isto, é idoso, guarde consigo a esperança de nunca ficar velho. Guarde a jovialidade e a alegria de viver, mesmo que a pele se engelhe.
O idoso e o velho até podem ter a mesma idade no bilhete de identidade, mas datas bem diferentes no coração.
Ser idoso é mais do que amar. É toda uma vida.
Tratar bem de um idoso, é de todos um dever. Não nos esqueçamos dos idosos de hoje, porque nós somos os idosos de amanhã
5 comentários:
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Nunca é demais lembrar os idosos. Ontem fui visitar uma vizinha, a D. Generosa, fazia anos. Levei-lhe um vaso pequenino, trouxe a sua definição de «ansiedade»... Um dia ela foi ao médico e, este, disse-lhe que a crise que teve se deveu a «ansiedade». Ela, sem coragem para perguntar o que significa essa palavra, ficou a pensar nela até que um dia, descobriu por ela própria o que queria dizer: "é querer fazer alguma coisa e não ser capaz!".
ResponderEliminarGostei do seu texto, Ricardo. Muito embora, esteticamente, goste mais da palavra velho que da de idoso. Esta última é muito pouco sonora, tem muitos "ós", fechados e mudos. E é muito mais "eufemística", enquanto velho é mais "leal" e aquele "e" aberto dá-lhe... vida! E depois, não gosto nada do neologismo "idadismo" que é, simultaneamente, "lamechas e agressivo". Enfim, jogo de palavras ou, no meu caso, "filosofia barata"!
ResponderEliminarTenho pensado muito neste caso vertido no seu texto em 'ser idoso' ou velho, como já é o meu caso.
ResponderEliminarE então... o que diz sobre o assunto trazido pelo Ricardo?
EliminarTambém gostei bastante.
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