Carlos Carvalhas
Há muito que não lia nada deste senhor, que escreveu agora
na “Praça da Liberdade”, do JN, uma resposta ao “honorável” deputado Nuno Melo
- que lhe comentou uma crónica na TSF - de
que transcrevo alguns parágrafos...
“O “honorável” deputado concede que o emprego e a habitação
têm importância na demografia, mas nega que no nosso país as desigualdades
entre os rendimentos do capital e do trabalho sejam um factor limitador da
natalidade.
Mas então a saída dos jovens em idade fértil não se deve às
dificuldades e perspectivas de futuro? E isto nada tem a ver com a concentração
de riqueza? O adiamento em ter filhos e em planear um segundo filho não tem a
ver com as condições de rendimento dos casais jovens?
Nuno Melo fica com os cabelos em pé quando se fala em melhor
distribuição do rendimento nacional e sobretudo nos aumentos de rendimento do
capital. Só faltou a Nuno Melo, em seu abono, citar a tese do seu ex-colega de
bancada, João Morgado, para quem só devia haver acto sexual para procriar! Sem
preservativo, talvez a natalidade aumentasse; por isso, na sinecura do
Parlamento Eutropeu, sugiro-lhe que releia os versos de Natália Correia”.
“Já que o coito – diz o Morgado – tem como fim cristalino,
preciso e imaculado, fazer menina ou menino;
e cada vez que o varão sexual petisco manduca,
temos na procriação prova de que houve truca-truca.
Sendo pai só de um rebento,
lógica é a conclusão de que o viril instrumento só usou - parca
ração! - uma vez.
E se a função faz o órgão - diz o ditado - consumada essa
excepção,
ficou capado o Morgado”.
Amândio G. Martins
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