A governação política, assume-se cada vez mais através da implementação de legislação demagógica, que toca o anedótico, por entre uivos ridículos, só para contentar meia dúzia de clientes alimentados a ração humanista. Não que não se compreenda a preocupação dos iluminados proponentes, que se encarregam de atender e dar forma e conteúdo às intenções daqueles que se fazem acompanhar por um animal de companhia, que lhes quebra e preenche o isolamento em que vivem. A partir de agora, toda a restauração que prepara o toucinho do céu, com muitas ou nenhuma estrela, vai substituir os pneus de viaturas, os postes, muros, relvados, por pernas de mobiliário michelin, enquanto o freguês sentado à mesa devora o osso que lhe chega, entremeado por latido laminado e desparasitado. Coisa que a ASAE, se encarregará de autopsiar, se por uma qualquer carga de pulgas da fina sociedade, vestida com casaco de pele ou só estola de arminho, vier a constar do livro de reclamações. É quase certo, que lugar aonde estiver bicho de estimação privada, não haverá assento para família pública que procura o sossego e a comodidade, tendo junto de si filho traquina, de colo ou em carrinho de bébé. Qualquer animal é imprevisível, a começar pelo homem, que por vezes também rosna mal lhe pisem os calos ou carreguem na factura. A partir da entrada em vigor de tão arrojada legislação, que autoriza sentar no lugar do lado, um concerto a quatro patas, não entrarei, a não ser, se for minha intenção, ferrar o cão ao restaurante, e sair de mansinho sem arrotar, sem sequer dar tempo a ser farejado pelo “chef”!
-(hoje no DN.madª)
-(no JN.26.02.018)
-(no Imediato.02.03.018)
Gostar de animais, alguns muito melhores do que o bicho homem, é uma boa atitude. Mas, agora, a situação piora com tal postura.
ResponderEliminarMuito bom texto, elaborado por mente sã e dado à estampa por fina pena fiel.
Um sincero abraço, Amigo Joaquim A. Moura.