Tem-se assistido na comunicação social a um
chorrilho de lágrimas pelos 500 civis mortos em Ghouta Oriental, perto de
Damasco, bastião ainda tomado pelos rebeldes. As notícias colocam o presidente
da Síria Bashar Al Assad e os seus aliados russos de mauzinhos, e os rebeldes
que iniciaram uma guerra civil de bonzinhos e defensores dos direitos humanos.
Todos nós já vimos este filma. Quem não se lembra da amizade dos EUA ao grupo
de Ossama Bin Laden e da sua transformação em terrorista, depois dos atentados
de 11 de Setembro em Nova Iorque?
Por isso a Rússia fez muito bem, em vetar a
resolução da ONU, que previa a paragem das hostilidades durante um mês. Três ou quatro dias são
suficientes para evacuar os civis.
A política europeia esquece-se de que as
intervenções militares no Iraque e na Líbia, foram um autêntico desastre e que
se tornaram muito mais gravosas em termos de violência do que aquela atribuída
aos ditadores que foram depostos, Hussein e Gaddafi. E com essas intervenções
os ventos da democracia e dos direitos humanos, não chegaram lá, nem chegarão
tão cedo. A mentalidade do mundo árabe de hoje, salvo pequenas exceções, corresponde
ao tempo das cruzadas da Idade Média da
Europa.
As cenas dos refugiados, seja na Turquia, na
Grécia, na Alemanha ou no fundo do Mediterrâneo, fomos nós (EUA e Europa),
agora cruzados da democracia que os empurrámos para aqui, para nos fazerem a
vida infernal, sem paz nem segurança. Que o digam as médicas e médicos dos
Centro de Saúde da Alemanha, em que as consultas agora são feitas sob
vigilância policial, uma situação nunca dantes imaginada.
Por isso é preciso desmascarar esta hipocrisia
sobre os mortos na guerra da Síria ( desde o início do conflito 500 000
mortos), porque o que está em causa é a ganância e a sede de poder pelas
matérias primas do mundo ocidental, o
que está em causa é o petróleo da Síria, cuja exploração é feita pelo Estado.
Angélica de Carvalho
Chaves, Fevereiro de 2018
Então,vai daí e toca a continuar a guerra e a matança, pois querer pará-la é, primordialmente, um crocodilo a chorar!...
ResponderEliminarPor lapso ( que o seu texto poderá ter justificado) não lhe dei as boas vindas ao blogue!
ResponderEliminar