sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018


Sexta-feira depois das  cinzas


Do livro de Isaías- Is 58, 1-9ª
Eis o que diz o senhor: “Clama em altos brados sem cessar, ergue a tua voz como trombeta. Faz ver ao meu povo as suas faltas e à casa de Jacob os seus pecados. Todos os dias me procuram e desejam conhecer os meus caminhos, como se fosse um povo que pratica a justiça, sem nunca ter abandonado a lei do seu Deus.

Pedem-Me sentenças justas, querem que Deus esteja perto de si e exclamam:  - De que nos serve jejuar, se não vos importais com isso ? De que nos serve fazer penitência, se não prestais atenção? – Porque nos dias de jejum correis para os vossos negócios e oprimis todos os vossos servos. Jejuais, sim, mas no meio de contendas e discussões.Não são jejuns como os que fazeis agora que farão ouvir no alto a vossa voz. Será este o jejum que Me agrada, no dia em que o homem se mortifica? Curvar a cabeça como um junco, deitar-se sobre saco e cinza?

O jejum que me agrada não será antes este: quebrar as cadeias injustas, desatar os laços da servidão, pôr em liberdade os oprimidos, destruír todos os jugos? Não será repartir o teu pão com o faminto, dar pousada aos pobres sem abrigo, levar roupa aos que não têm que vestir e não voltar as costas ao teu semelhante? Então a tua luz despontará como a aurora e as tuas feridas não tardarão a sarar”.


Amândio G. Martins

2 comentários:

  1. Mas porque será que os apóstolos, os profetas, Jesus e o próprio Deus (bom...) nunca chamaram "os bois pelos nomes"? Parábolas, metáforas e coisa similares! Se o JEJUM que Deus queria era aquele referido,que o dissesse logo! Sei que estou a ser truculento e algo boçal mas continuo sem perceber os simbolismos e mais simbolismos que os textos bíblicos nos oferecem! E lembro-me da minha querida Alzirinha, analfabeta que, ouvindo... seguia à risca e jejuava e tornava a jejuar como quem se "despede"...

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  2. É verdade que há textos demasiado densos e "tremendistas", mas até não é este o caso. No texto de Isaías pretende-se desmascarar os hipócritas, que cumprem o ritual sem falhas, mas não o que Deus lhes pede.

    "Tive fome e não me deste de comer, estive preso e não me foste visitar, andava nu e não me deste que vestir".
    -Mas, Senhor, onde foi que te vimos assim?
    -Quando não o fizestes ao mais pequenino dos meus, foi a mim que o não fizestes!

    De qualquer forma, "o que não faltam é hoje meios para quem quer saber mais deste tema" - respondeu-me um padre a quem pus as mesmas dúvidas que o senhor coloca - "e estamos cá nós, que para isso estudamos teologia para, nas homilias, descodificarmos o que é menos claro"...

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