Às três da madrugada de 23 de Fevereiro de 1987, em Setúbal, onde morava, o seu coração parou. Desaparecia (só) fisicamente. A malquista doença que o atormentava, esclerose lateral
amiotrófica, venceu-o.
Vozes autorizadas e reconhecidas musicalmente elegem-no como o músico português mais
relevante do século XX. Foi um génio modesto, que se dedicou à música popular, por ter sido
proibido de lecionar durante a ditadura, em Portugal. (A minha Companheira recorda-o com grato prazer, como seu Professor em Lourenço Marques, num Liceu no ano lectivo de 1964/65. Próximo dos alunos, simpático e motivador, não permitia indisciplina. Ao apresentar-se, disse: ‘’Sou Professor de Filosofia. Puseram-me a dar aulas de Geografia, portanto vamos estudar todos juntos!’’ E resultou.)
Como Cantautor, ergueu a voz na denúncia das injustiças, desigualdades e atrocidades da ditadura. José Afonso, não é só o Homem de cravo vermelho erguido cantando Grândola Vila
Morena, mas também um referencial para tantos, cantores e sociedade civil, como lutador incansável de fracturantes causas sociais. A sua personalidade musical fundiu-se com a personalidade política, sempre ao serviço da Fraternidade, Liberdade e Igualdade de Oportunidades. A força indomável da sua humanidade e as suas justas convicções foram também um forte contributo para que houvesse em Portugal, o dia mais redentor - o 25 de Abril de 1974!
Querido Zeca, luminoso Cantautor/ vives nos nossos corações,/ p’lo porte vertical e p’las interventivas canções./ A tua Vida também foi timbrada p’lo Amor.
Amo a tua obra!
Vítor Colaço Santos
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