Meu Irmão Refugiado

Humanidade é só uma

Mas não lhe falta bandalho;

Que se junta numa chusma

Formando onda imunda

Contra quem pede agasalho.

Só o que há de mais reles

Ataca assim quem precisa;

Primeiro estão sempre eles

Esquecendo-se daqueles

Que a guerra martiriza.

Todo o homem é meu irmão

Sobretudo nas agruras;

E dá-me grande indignação

Se ao procurar atenção

Encontra cavalgaduras.

Só solidariedade

Que pouco mais te posso dar;

Mas estou sempre à vontade

Para apontar a maldade

De quem não te quer ajudar.

Dizem que não é consigo

O grito de dor dos outros;

Mas os que correm perigo

Pedem abraço amigo

Contra egoísmos moucos.

Amândio G. Martins