Comemorou-se
no passado dia 8, o Dia Mundial dos Oceanos. Deu-se então relevo à
maior praga que os afeta: os plásticos. O problema é de tal
dimensão, que se formaram mesmo ilhas de plástico. A maior das
quais, devido a um fenómeno relacionado com correntes marítimas,
situa-se no Pacífico Norte e tem uma dimensão 17 vezes o tamanho de
Portugal; 1,6 milhões de quilómetros quadrados. De entre inúmeros,
apenas mais dois exemplos desta praga, estes, próximos de nós; no
Mediterrâneo e na nossa costa, 95% e 70% ,respetivamente, dos
resíduos poluentes, são plásticos. Os seus efeitos na fauna
marinha, são devastadores. Tartarugas, aves, e até baleias, morrem
de fome com o estômago cheio. De plástico. E depois, um problema
ainda maior; o dos micro e até nano-plásticos, (o plástico não se
degrada. Subdivide-se quase infinitamente) que são consumidos pelos
moluscos e pelos peixes, chegando, naturalmente, através da cadeia
alimentar, até nós, humanos. Acresce ainda, que, segundo os
entendidos, para além da composição do plástico já ser altamente
prejudicial para quem o ingere, ele tem a capacidade de absorção de
outras substâncias poluentes, algumas das quais, potencialmente
cancerígenas.
Prevê-se que a manter-se o atual afluxo, 8 a 13 milhões de
toneladas/ano, em 2050, haverá no mar, mais plástico que peixe.
Como
se constata, estamos literalmente inundados de plástico. Portanto,
ou se tomam medidas a sério, drásticas, ou as consequências
agravar-se-ão de uma forma dramática. Assim, deveria impor-se
limitação no fabrico de utensílios e abolição mesmo de alguns,
como, por exemplo, as tão perniciosas palhinhas de plástico,
reutilização obrigatória de outros, como vasilhame, e campanhas
intensas de sensibilização nos principais órgãos de comunicação
social, e nas escolas, e depois, para os renitentes incumpridores,
sanções. Não vemos outro caminho. O que vemos, é lixo, sobretudo
plásticos, nas bermas das estradas e caminhos, em valas e ribeiros
, nas praias, enfim! Um por todo o lado. Plásticos, que depois,
grande parte deles, irão parar ao mar. E também não vemos o que
seria um mínimo de civismo; as pessoas, de uma maneira geral,
separarem o lixo nos contentores e ecopontos.
Portanto,
cabe ao poder central e local, tomar medidas. Mas cabe também, e em
primeiro lugar, a cada um de nós, comportar-se civicamente
respeitando os outros, a Natureza e a nós próprios.
Francisco
Ramalho
Corroios,
14 de Junho de 2018
Publicado
na edição desta semana de “O SEIXALENSE”
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