Aos poucos, e muito à boca pequena, vão-se conhecendo detalhes da guerra que ensombra a Europa. Não a das bombas, petardos e mísseis, das anti-aéreas, obuses e canhões, mas a dos bastidores, gabinetes e parlamentos. Passaria despercebido a muitos que a recente resolução do Parlamento Europeu de reconhecer a Rússia como “Estado patrocinador do terrorismo” poderá visar única e exclusivamente a preparação do caminho para que, de forma legal, mas sem precedentes, se confisquem activos e reservas russos depositados na zona euro. Acordei para esta realidade com a ajuda de Ricardo Cabral, no PÚBLICO de 28 de Novembro.
Independentemente de se considerar justiceira a punição que, por essa via, se pretende impor à Rússia, não deixei de pensar que tudo isto me soa a uma “habilidade” que não cai bem na justeza sempre alardeada pela UE. Defensora de uma probidade que deve sobrepôr-se à falta de escrúpulos dos “outros”, conviria à UE não agir de forma tão imprudente, sujeitando-se a perder razões na ordem moral. Sem falar nas consequências danosas que essas posições nos poderão acarretar a todos. Basta pensar que os próprios EUA se recusam a tomar decisões semelhantes, e atender aos “avisos” que alguns fazem, como José Pedro Teixeira Fernandes, no PÚBLICO de 29 de Novembro.
Público - 04.12.2022
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