Tem-se discutido com alguma insistência a possível obtenção da paz na guerra da Ucrânia, mas as aparências indicam que nem Putin, que é quem manda, nem o povo ucraniano e Zelensky, que são quem se insufla mutuamente o patriotismo, querem qualquer tipo de paz. Alguém acredita que Putin vai aceitar retirar-se completamente do território ucraniano, incluindo a Crimeia, ou que Zelensky vai aceitar a soberania russa nos territórios “anexados” por Putin, para debaterem negociações?
Os tempos são de ódio e retaliação. A única convicção de que ambas as partes comungam é a de que serão capazes, cada uma delas, de vencer o inimigo no terreno. Armas e munições, por mais que se destruam ou gastem, não páram de chegar ao campo de batalha, para cumprirem a sua terrível missão de matar. De resto, a respectiva indústria está florescente, como o demonstra a feira de armamento realizada em Setembro passado, na Polónia, com o patrocínio honorário do próprio presidente da república, Andrzej Duda, em que foi possível “admirar” os produtos de 613 empresas de 33 países. Entretanto, nos areópagos respectivos, queimam-se pestanas a inventar novas e mais contundentes sanções. Até quando e para quê?
Público - 10.12.2022
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