JORNAL DE NOTÍCIAS. 08.12.2022 AUGUSTO KÜTTNER
Sabendo-se bem das dificuldades que os pais têm – e que cada vez são maiores – para educar os filhos.
Mas as coisas pioram quando os ensinam pelo exemplo, já que frequentemente falham em pequenas e menos pequenas coisas, do dia a dia.
Começam logo pela manhã quando levam a criança à escola e estacionam em cima do passeio.
E mesmo que a conversa politicamente correcta seja, “vamos cumprir as regras e os passeios são para os peões, " , o que acaba por prevalecer é a outra lógica: “ Como estou com pressa, só hoje, estaciono aqui”.
Contudo ,amanhã faz-se exactamente o mesmo, que ontem.
Aliás, quando ao fim das aulas vão buscar o menino,não por acaso, o automóvel volta a ser estacionado no passeio.
Ou na rampa de acesso ou no lugar de deficiente ou em segunda fila - não interessa, o que importa é o seu comodismo.
A caminho de casa, como se esqueceram de comprar pão, largam o automóvel em segunda fila, a bloquear dezenas ou centenas de automóveis e lá vão desportivamente buscar os bijus.
Está tudo parado e a buzinar, lá fora, mas não há problema e ainda dá para tomar um cafezinho.
Rápido, claro está.
Em casa continua o desfile dos maus exemplos.
Regra número um à mesa?
Não usar o telemóvel ao jantar.
Mas os pais fazem-no – embora “ só “para saber a última notícia, mas ao saber , como estão com as mãos na massa e seja, uma espreitadela nas redes sociais.
Tudo, é óbvio, muito rapidamente.
A lógica (dos pais) é quase sempre a mesma: eu sou exemplar, eu sei que não se deve fazer, mas faço, só eu, excepcionalmente; e depois de amanhã, só o farei se necessitar muito, e não é para repetir.
Um dia, de repente, toda a família o faz o mesmo.
Todos acham que têm direito ao luxo da excepção.
Todos ficam formatados para a transgressão, pequena ou nem tanto.
Ou seja é cada um por si e para si
AUGUSTO KÜTTNER
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