A EUROPA DE MARCHA ATRÁS
A extrema direita,
mesmo o neo-fascismo, emergem por toda a Europa, chegando ao poder em
países tão importantes como a Itália ou a Polónia.
Mas também em
França a senhora Le Pen, canta de galo, aqui ao lado na Espanha, o
Vox, também engorda. Na Suécia, e no Leste, para além da já
referida Polónia, temos a Hungria de Orban e, igualmente bem
representada, a extrema direita, nos países bálticos e em quase
todos os outros.
Ente nós, o senhor
André vibra com estes êxitos dos partidos irmãos do seu, como
agora em Itália com a coligação liderada pelo partido “Irmãos
de Itália” da senhora Geórgia Meloni.
A desilusão com as
políticas dos governos ditos socialistas, social-democratas,
democratas cristãos e liberais, e a falsa alternativa entre eles, a
demagogia e o populismo da extrema direita e do neo-fascismo, conduz
à ascensão destes últimos.
Além disso, a
Europa, os seus povos, para além da subordinação dos governos
referidos ao grande capital, acresce a submissão à estratégia de
tentativa de domínio global dos EUA e da NATO. Submissão essa, bem
patente agora no caso da guerra na Ucrânia.
Apesar do governo de
Zelensky, incorporar nas Forças Armadas, na Polícia e até no
próprio Governo, elementos assumidamente nazi-fascistas, tem todo o
apoio dos EUA,da NATO e da UE. O que é um péssimo exemplo para os
desiludidos eleitores, e uma desgraça para a Europa.
A guerra fomentada
na Ucrânia, o avanço da NATO para junto das fronteiras da Rússia e
as provocações à China, fazem parte da referida estratégia de
tentativa de domínio global dos EUA.
Quem paga, e com
língua de palmo, como se constata e a tendência é para agravar,
são os povos europeus. E não só, claro!
Depois, não olham a
meios para atingirem os fins e fazem tábua-rasa do Direito
Internacional como aconteceu fez agora 77 anos, com o bombardeamento
atómico escusado porque a guerra tinha fim à vista, das cidades de
Hiroxima e Nagasáqui. E depois, violando também a Carta das Nações
Unidas, nomeadamente, com a guerra contra a Jugoslávia e contra o
Iraque.
E agora, quem ganha
com o grande golpe terrorista, com a sabotagem, dos gasodutos Nord
Stream 1 e 2?
Para além do
prejuízo para a Rússia, para grande parte da Europa e não só
porque se refletirá em geral no preço do gás, este atentado
terrorista, este desastre ambiental provocado, representa também
mais um enorme rombo no já tão degradado meio-ambiente. Um duplo
crime que quase de certeza, como os outros referidos, ficará impune.
Portanto, a Europa,
este berço da civilização, deve ser um espaço de liberdade e
democracia e tem de libertar-se das amarras que a tolhem. Como
sempre, a luta dos seus povos, é decisiva.
Felizmente, em
sentido contrário, deixando cada vez mais pequeno o quintal das
traseiras do seu vizinho imperialista do norte, têm ido alguns
países da América Latina. Quando alinhavo este texto, ainda não
são conhecidos os resultados no Brasil. Para bem do seu povo, da
América Latina e do Mundo, esperemos que também no bom sentido.
Francisco Ramalho
Publicado hoje no jornal "O Setubalense"