No próximo dia 13 de Março, domingo, vai realizar-se no Porto, na sede da Unicepe, o 3.º Encontro dos Leitores Escritores de Cartas para os Jornais. Uma iniciativa interessante, pois é importante ter em conta a reflexão daqueles que alimentam estas secções — Cartas aos Directores —, uma plataforma de ligação entre os jornais e os seus leitores."
Este blogue foi criado em Janeiro de 2013, com o objectivo de reunir o maior número possível de leitores-escritores de cartas para jornais (cidadãos que enviam as suas cartas para os diferentes Espaços do Leitor). Ao visitante deste blogue, ainda não credenciado, que pretenda publicar aqui os seus textos, convidamo-lo a manifestar essa vontade em e-mail para: rodriguess.vozdagirafa@gmail.com. A resposta será rápida.
segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016
TEMOS O QUE MERECEMOS?
Fiquei
absolutamente inquieto, por mim e pelos meus, Mulher, Filhos e seis netos,
pelas consequências trágicas de um assalto a uma carrinha de transporte de
valores no concelho de Sintra. Foi digno de outras situações trágicas mais
vulgares em países da América Latina, onde a vida humana vale pouco. A forma
como foi assassinada uma inocente vítima civil, totalmente fora da conjuntura
do assalto, quando tranquilamente passava numa auto-estrada, é de gelar os
sentidos. A displicência com que se liquida uma vida humana inocente. Não
chegámos aqui por acaso ou fatalidade. Isto tem a ver com a política, no que
esta pode ter de mais nobre. Os governos socialistas como o actual, agravado
pela sua dependência da restante extrema esquerda política, sempre odiaram, odeiam
agora e sempre detestarão, tudo o que é militar e usa farda. Desde o estado
Novo de Salazar. Isto porquê? No referido Estado Novo, uma ditadura, era
absolutamente natural os militares e forças paramilitares defenderem o regime.
Ora aqueles que tomaram o poder no 25A, não descansaram enquanto não liquidaram
todas as organizações de "intelligence", não se limitando (como
deviam ter feito) em sanear os seus quadros principais. Ficámos pois sem meios
de vigilância, que nos defendam destas hordas de delinquentes que provêm de
países do leste europeu, escorraçados por regimes que não os poupam. Aqui
sentem-se bem, num país que desde o 25A tudo tem feito pelos arguidos e
bandidos, dando-lhes cada vez mais direitos e complacência, enquanto as vítimas
cada vez estão mais desprotegidas. E sobre o emprego da força estamos falados.
Um agente da "autoridade" (aspas óbvias) pensa duas ou três vezes
antes de premir o gatilho. Se tem o azar de ferir um bandido, está desgraçado.
O bandido fica solto, e ainda o vai demandar em tribunal, como recentemente se
verificou. Os socialistas, desde Mário Soares, que em público, perante as câmaras
de TV, "enxotou" aos gritos um capitão da GNR que velava pela sua
protecção, odeiam tudo o que é farda. No seu tempo todos fugiram do serviço
militar, como bons antifascistas que eram, "exilaram-se" para Paris
ou Génève, e nunca tiveram de se enquadrar e compreender a vida nas forças
armadas. Por isso só pensam em poupar gastos com a Justiça e Segurança.
Sejam pois "benvindos" os bandidos e criminosos de toda a Europa,
aqui podem roubar e matar à vontade! Temos o que merecemos?
O "cartaz" do BE
O Bloco de Esquerda, partido representado na Assembleia do Povo, subiu,
subiu, subiu, e tocou o Céu. Deslumbrado começou a engrossar a voz, apresentou
projectos de salvação para os aflitos e esperançados, gays e lésbicas, e despiu
a burka. Andou pelas ruas e praças, a distribuir propostas, conflitos e
cartazes. Entrou em transe, e armado com uma bazuca, apontou aos pés, e deu um
tiro - mas que tiro. Entre os seus apoiantes partidários, e outros que neles
apenas votaram armados por outro sentimento de revolta, crentes e descontentes,
levaram o BE a um patamar que ele não sonhava sequer. A votação que alcançaram
e dele fizeram o 3º partido em Portugal, se fosse hoje não alcançaria nem
metade dos votos. O cartaz leviano, insultuoso, gratuito, provocatório, de
mau-gosto, revela a necessidade urgente de internamento em psiquiatria do
"humorista/autor" que ainda por cima diz que é gatuno, pois roubou uma
ideia antiga, nascida no faroeste yank. Agora de tão aflitos, que nem N.Sª dessa condição, lhes acode,
tentam a todo o vapor que enche as nuvens do Céu, descarregar sobre nós, os que
nele até confiamos e a outros simpatizantes, dar explicações, ridículas,
anedóticas, trapalhonas, com medo dos efeitos nefastos que tal
"cartaz" provocou e os descontrolou. É assim que acontece com os
abusadores, que vindos do nada, quando se apanham com um brinquedo que exige
responsabilidade e respeito para tratar com ele, conservá-lo, não foram
educados para tal e chegam à ravina que os mergulha no inferno, mais depressa do que julgavam poder
acontecer. As simpáticas marias e marianas, belezas e outros fundamentalistas,
estragam tudo pela imaturidade que exibiram ao erguerem um símbolo sério para
alguns, e uma imagem que representa uma Fé enorme para milhões. Como os
milagres não acontecem todos os dias, o BE vai atravessar o deserto, e junto do
camelo que o acompanha e que também tem duas bossas, vai ter de reflectir e
muito, para encontrar uma solução limpa que lhe traga de volta os eleitores que
tinha agarrado, para se manter de pé e com a gracinha mais comedida e menos
espirituosa. Se não corre o risco de ser entendido como um espírito mau e não
como uma força política ao serviço da Sociedade.
Não havia necessidade
Já tinha
sido um erro e que foi pago com vidas, um jornal satírico francês ter tido o
mau gosto, repetido e repetido, de achar que a “sua” liberdade era achincalhar Maomé,
ou seja, o islão. E agora já o veio fazer com o cristianismo!
Temas há,
que têm — devem — de ser abordados com muita seriedade e cuidado, nos quais se incluem
sexo e religiões/Igrejas. (.)
Quanto ao
satírico jornal francês, nada mais haverá a dizer.
Quando ao
Bloco de Esquerda, para fazer passar a mensagem que venceu na sua “igualdade”
em casais do mesmo sexo poderem adoptar filhos, ter feito uma comparação com
Jesus Cristo ter tido dois pais do mesmo sexo, que conforme dizem as Escrituras
seriam Deus e José, é de muito, mas muito mau gosto.
Quem “isto”
escreve estará um pouco à vontade para o fazer, dado já ter sido crente, mas
pelo andar da vida ter deixado de o ser, pelo que nem com Maomé, nem com Jesus
Cristo, nem com o Messias que há-de vir dos judeus se melindra.
Mas
considera de muito mau gosto terem de ser usadas estas “tácticas”, quer para
ganhar dinheiro como o jornal em Paris, quer para passar a mensagem de vitória
de um modelo defendido pelo Bloco de Esquerda.
Claro que não são casos únicos, mas são
dispensáveis.
SÓ POR CÁ...
DO ANEDOTÁRIO
O escroque
das notas de 50€, que anda há demasiado tempo a gozar com a Justiça e, no
fundo, com todos nós, não comparece nos postos de polícia onde fica “obrigado”
a apresentar-se periodicamente, já nem comparece nos julgamentos, onde, para
risota geral, é absolvido, segundo li do último, para lhe ser dada mais uma
oportunidade…
Entretanto,
apesar de já ter visto o “frontespício” estampado nos jornais por várias vezes,
continua a “laborar” com o mesmo “modus operandi”, entrando nas lojas ao telefone,
pedindo para trocar cinquenta euros e saindo com a nota e o troco, deixando as
pessoas de boca aberta.
Como este
artista brinca com a Justiça e esta brinca com o povo, vai chegar o dia em que
uma das vítimas lhe descarrega em cima a devida e demorada carga de lenha e,
depois, pelo historial que já há, podemos ter a certeza que esse bom português
vai logo preso, é julgado e condenado a indemnizar o larápio!
Amândio G. Martins
domingo, 28 de fevereiro de 2016
JESUS
Entre as gatas me passeio. Beijo-lhes os pêlos púbicos. Ao mesmo tempo olho as misérias do mundo. Do ecrã vêm mulheres de sonho. Há abraços na grande mercearia. Enquanto elas trabalham eu gozo. Sou poeta a tempo inteiro. Tenho um pacto com a liberdade e com o marquês de Sade. Vejo-vos sofrer, cumprir ordens, obedecer ao papão. Mesmo os partidos de esquerda têm dirigentes e dirigidos. Deixei-me disso. Entreguei-me de corpo e alma à anarquia. É preciso destruir para construir. Os mercadores não entregarão o poder de mão beijada. Esses merceeiros, esses carniceiros não merecem a vida porque são inimigos da vida. O império deles começa a ficar em cacos. Sei-o. Eu assisti à morte de Deus com Zaratustra. Eu sou o homem da liberdade.
ERROS DOS ÁRBITROS: NÃO SÃO SEMPRE OS TRÊS GRANDES OS MAIS BENEFICIADOS?
Sem dúvidas que são vários os protagonistas que compõem a realização de um jogo de futebol. Desde dos anónimos espectadores, os chamados "pagantes", que sustentam este espectáculo, que é o futebol, e que geram assim a grande indústria que movimenta milhões de euros, passando igualmente por outras figuras que fazem parte do espectáculo, como são por exemplo os dirigentes, treinadores, massagistas, roupeiros, chegando até aos jornalistas, comentadores e analistas, que os há aos molhos, cada qual destes, com os seus pontos de vista e cargos específicos e com o seu papel e missões que têm de desempenhar devidamente especificas em prol e em redor de um jogo de futebol. Todos estes dão as mais diversas opiniões, e quase todos, ou alguns destes, se puderem, lá vão metendo umas quantas achas na fogueira, conforme a sua cor clubísticas. E, assim desde dos espectadores, até aos cargos que atrás mencionei, todos têm um papel fundamental e de algum relevo e de grande responsabilidade para o normal desenrolar de uma partida de futebol. Efectivamente como em tudo na vida, e em todas as classes sociais, há aqueles que são mais sérios e dedicados e outros nem por isso e nem sempre se aproximam da verdade, para o bom desempenho das suas missões, para que foram escolhidos e terão que ter isenção das cores clubísticas que é exigido a todos estes agentes, para um melhor e sério esclarecimento das "massas", numa sociedade que devia ser vivida com limites e regras e porque não também de alguma seriedade, no mínimo.
Mas efectivamente são os jogadores, os verdadeiros e uns dos principais protagonistas, os chamados artistas que fomentam e galvanizam o espectáculo, do futebol, dentro das quatro linhas. Uns mais talhados para a prática do desporto "rei" que é o futebol, outros nem por isso. E lá vão alguns deles durante alguns minutinhos, lá se esforçam na sua missão de pontapearem uma bola, na ânsia de alcançarem o seu golinho que dê a vitória, ou alguns deles com alguma manha mal disfarçada, lá se vão arrastando pelas quatro linhas.
Igualmente, e um dos papéis principais, pertencem, e sem dúvida alguma são os árbitros e seus assistentes e os alvos principais, a abater por um lanço mal ajuizado, quando as coisas não correm de feição, para as cores dos clubes dos chamados "fanáticos e doentes" do futebol e são sempre os árbitros os culpados e os maus da fita.
Como é possível a um jogador ser perdoado, por um escandaloso falhanço, que comprometeu o resultado da equipa, até àqueles "senhores", que são os árbitros que têm por missão dirigir uma partida de futebol, que ao pequeno falhanço, são logo crucificados em praça pública.
É verdade que tal como os jogadores falham, os treinadores falham, os jornalistas e os comentadores também falham…e, porque não, igualmente afirmar que os árbitros também falham, uns mais do que outros, é verdade. Mas os insucessos dos frustrados recaem sempre para o lado do(s) árbitro(s). E, logo aí saltam todos os protagonistas do "pontapé da bola", desde dos espectadores, passando pelos treinadores, alguns jogadores, mas o mais grave ainda e no meio desta "salganhada", são os dirigentes, que sem dúvida deviam ser os primeiros a darem os bons exemplos. Efectivamente pegando num velho chavão, na vida quem não erra? Com os erros dos árbitros, alguns mais escandalosos que outros, é verdade e devemos pôr a mão na consciência e assumir que a maior parte das vezes, os erros são sempre em benefício dos clubes chamados grandes. Não é verdade. Qual dos três clubes grandes não tem telhados de vidro?
(Texto-opinião, publicado na edição online, secção "Escrevem os Leitores" do Jornal RECORD de 28 de Fevereiro de 2016)
(Texto-opinião, publicado na edição Nrº. 45837 do Diário de Notícias da Madeira de 3 de Março de 2016)
MÁRIO DA SILVA JESUS
Os critérios dos jogos santa casa.
Periodicamente a santa casa da
misericórdia de Lisboa aceita candidaturas para futuros mediadores dos jogos
sociais do estado.
Interessados não faltam, pois a
remuneração paga pela santa casa é razoável e os portugueses são jogadores
compulsivos.
O regulamento dos mediadores jogos sociais
do estado, atribuído à santa casa, encontra-se no n.º 2 do artigo 15.º do
decreto lei n.º282/ de 8-11-2003.
Os requisitos para exercer a atividade de
mediador mencionados no artigo n.º3 são acessíveis à maioria dos
estabelecimentos comerciais.
Neste processo estão incluídos pareceres
do funcionário que visita o estabelecimento candidato, pareceres que podem ser abonatórios ou depreciativos e
que têm um peso relevante na decisão final.
É perfeitamente licito questionar se um
processo nestes moldes tem rigor e isenção.
Seria muito mais satisfatório que se
realizassem duas visitas ao estabelecimento candidato, em dias e funcionários diferentes,
e que não houvesse conhecimento entre eles das visitas programadas.
Finda a segunda avaliação, são
confrontadas as duas, podendo desta forma encontrar discrepâncias e suas
razões.
A santa casa da misericórdia de Lisboa
possui um património desmesurado, essencialmente devido à comercialização dos
jogos sociais do estado.
É imperioso salvaguardar a transparência e
isenção de todos os atos.
Convém lembrar que os jogos de fortuna e
azar têm dado alegria fugaz a alguns e a miséria perene a muitos.
Com amizade.
Araujo.
'Jesus também tinha dois pais'
E a ‘revolta dos puros’ não se fez esperar, levando a
liderança do BE a ‘confessar’ o seu ‘pesadíssimo’ erro e assaz pecadilho,
ferindo a ‘fé’ de todos aqueles que nunca terão telhados de vidro, nem
confissões a fazer.
Se, de facto, ‘não havia nexexidade’ para afrontar tão
silenciosa gente ‘pia’, eu, considerando-me suficientemente pio perante a pia
baptismal e os preceitos da Santa Madre Igreja, regozijo-me com o cartaz com a
imagem de Jesus, pois, penso existirem muitos impostores passando-se por gente
redentora só de fachada, mas com o coração fechado e completamente empedernido.
E, indo um pouco mais longe, acrescentarei à ‘corrosiva’
frase, que “Jesus teve e continua a ter dois pais”: o nosso Pai do Céu e o seu
pai terreno – José, o carpinteiro – de carne e osso, como todos os pais do
mundo em que vivemos.
José Amaral
O tempo da Geringonça
Para quem se lembra do modo como vivia a maioria dos portugueses antes
da Revolução: os elevadíssimos níveis de analfabetismo, a falta de saneamento
básico, as taxas de mortalidade infantil, a baixa esperança de vida, a guerra colonial,
a ausência de liberdades cívicas, mesmo na sua mais básica expressão… quem se
lembra disto pode facilmente constatar que as “conquistas de Abril” não foram
mera poesia esquerdista, foram uma inevitabilidade histórica. O salto
civilizacional proporcionado pelo derrube do regime salazarista, então na sua
versão primaveril, representado pelo Marcelo de serviço, foi gigantesco.
Passaram 40 anos e a coisa tem andado para a frente e para trás. A
integração europeia trouxe mais democracia no início mas, nos tempos que
correm, a democracia anda pelas ruas da amargura. O paradigma económico
transforma-se em ditadura com o apoio político do Partido Popular Europeu.
Agora, em Portugal, temos um governo improvável, a já célebre
Geringonça. É uma coisa esquisita que tenta, pela primeira vez em muitos anos,
torcer a lógica do poder imposta pelo “arco da governação”. Com o apoio dos
partidos de esquerda, a Geringonça tenta meter travões ao desvario direitista
do “bom aluno” da Europa. O “bom aluno” que, numa lógica cavaquista, se
destacava por obedecer em tudo à mestra, por não ter opinião nem o mínimo
lampejo de rebeldia, por copiar tudo direitinho do quadro para a sebenta e,
sempre que questionado, repetir palavra por palavra, sem se atrever a
substituir uma vírgula que fosse, a lição mecanicamente decorada. Mudou o aluno
mas a mestra mantém-se vigilante. Isto pede inteligência e engenho.
A Geringonça promete-nos uma outra Primavera. Num ambiente confuso e
hostil, com Passos Coelho a prever todos os dias uma nova desgraça sempre que a
desgraça anterior não se concretiza, Cavaco a desvanecer-se no nevoeiro de onde
nunca saiu e Portas a fazer de conta que é um anjo da guarda a precisar de
reforma, é tempo de repensar o que podemos fazer na recuperação do espírito democrático
que animou a nossa sociedade nos anos que se seguiram ao 25 de Abril de 1974.
Com a Geringonça no poder, parece reanimar-se o debate político.
É tempo de fazermos um debate sério sobre aquilo que estamos dispostos
a prescindir enquanto indivíduos em favor daquilo que precisamos realmente de
ganhar enquanto comunidade.
Carta enviada à directora do Público a 28 de Fevereiro de 2016
BÁRBARA
Minka
Bárbara
minhas deusas
minhas putas
por vós enlouqueço
por vós conquisto castelos
derrubo impérios
sou todo vosso
na libido
no fogo
sou Deus
sou rei do mundo
eles que aguardem
os meus guerrilheiros
os meus exércitos
o sangue bendito
de Artur
de Lot
de Lancelot.
Bárbara
minhas deusas
minhas putas
por vós enlouqueço
por vós conquisto castelos
derrubo impérios
sou todo vosso
na libido
no fogo
sou Deus
sou rei do mundo
eles que aguardem
os meus guerrilheiros
os meus exércitos
o sangue bendito
de Artur
de Lot
de Lancelot.
A 28 DE FEVEREIRO DE 1904-É FUNDADO O GRUPO SPORT LISBOA, PRIMEIRA DESIGNAÇÃO DO SPORT LISBOA E BENFICA
O Sport Lisboa e Benfica foi fundado a 28 de Fevereiro de 1904, com o nome
de Sport Lisboa. Depois de um treino matinal, nuns terrenos em Belém,
realizou-se, da parte da tarde, uma reunião na vizinha Farmácia Franco, na qual
estiveram presentes 24 elementos, entre os quais os dez do treino da manhã. São
considerados os fundadores do Clube.
A ideia da formação de um clube foi sendo criada nos meses anteriores pela
junção de dois grupos de elementos que habitualmente treinavam e jogavam em
Belém: o grupo dos Catataus, os irmãos Rosa Rodrigues, moradores no prédio da
Farmácia Franco, a que se juntaram Manuel Gourlade e Daniel dos Santos Brito,
empregados da farmácia; e a Associação do Bem, formada por ex-casapianos que se
juntaram para jogar futebol, entre outros fins. Em 13 de Dezembro de 1903, o
grupo dos Catataus, reforçado por alguns elementos da Associação do Bem,
conseguiu uma inesperada vitória (1-0) num jogo-desforra frente ao Grupo dos
Pinto Basto (mais tarde CIF ou Internacional). No almoço que se seguiu, no Café
do Gonçalves, os elementos vitoriosos celebraram o triunfo (frente a uma equipa
que até integrava jogadores ingleses) e houve quem sugerisse a criação de um
novo “team”, tornando efectiva a ligação então estabelecida. Ao longo de dois
meses e meio, a ideia foi criando raízes, foram-se definindo os símbolos do
clube (nome, cores, emblema) e marcou-se para 28 de Fevereiro de 1904 a data da
reunião que marcaria o nascimento daquele que viria a ser o Glorioso Sport
Lisboa e Benfica.
Na manhã desse dia 28 de Fevereiro, realizou-se um treino, entre as 11 e as
12.30 horas, nos terrenos da CP entre a linha férrea Cais do Sodré-Cascais e as
traseiras da casa de praia do Duque de Loulé, onde fica actualmente o Centro
Cultural de Belém. Nele participaram os seguintes dez elementos: António Rosa
Rodrigues, Cândido Rosa Rodrigues, José Rosa Rodrigues, Daniel Brito, Eduardo
Corga, Henrique Teixeira, Carlos França, Abílio Meirelles, Amadeu Rocha e
Manuel Gourlade. Como habitualmente a seguir aos treinos, estes (e outros)
elementos reuniram-se para almoçar em Belém, após o que se dirigiram para a
Farmácia Franco, na Rua de Belém, nº 20 (onde hoje se situa uma dependência da
Caixa Geral de Depósitos), para a reunião decisiva, já com a presença de outros
elementos previamente contactados mas que não participaram no treino matinal.
Segundo a lista da reunião*, são fundadores do Clube, para além dos dez
elementos presentes no treino matinal, mais os seguintes: António Severino,
Francisco Calisto, Francisco dos Reis Gonçalves, João Gomes, João Goulão,
Joaquim Almeida, Joaquim Ribeiro, Jorge Augusto Sousa, Jorge da Costa Afra,
José Linhares, Manuel França, Raul Empis, Virgílio Cunha e Cosme Damião, o
elemento que viria a tornar-se o principal dirigente das primeiras décadas da
vida do novo Clube. Esses 24 elementos escolheram entre eles, nessa histórica
reunião, José Rosa Rodrigues como presidente, Daniel Brito como secretário e
Manuel Gourlade como tesoureiro.
A 28 de Fevereiro de 1904, é fundado o Grupo Sport Lisboa, primeira designação do clube português Sport Lisboa e Benfica. O seu primeiro emblema.
sábado, 27 de fevereiro de 2016
"As vitórias morais"
Eu tinha acabado de chegar de Águeda, porque andara lá a ajudar a limpar a lama que por teimosia do mau tempo, ali permanece. Entrei por isso no Dragão com algum atraso e ainda com as galochas nos pés. Já no estádio, acomodado, perguntei ao parceiro do lado como estava a decorrer o jogo, e ele que vestia de azul e branco, segredou-me em tom de clandestinidade (ali tem que se usar de certos cuidados), que os gajos já podiam estar a ganhar. Iam 15 minutos, e eu retorqui;- “já?”. E ele juntou - “tibemos sorte”. E eu - “então por que é que FCP está à defesa e não se arreganha para esses aspirinas. “. Que não. Assim talvez os enervássemos, até os adormecêssemos, e depois e tal seriam favas contadas. Aceitei a narrativa mas não gostava do que estava a ver. Os bávaros trocavam a bola a seu bel-prazer, e o FCP corria atrás dela como os tolinhos quando jogam contra o Barça. À medida que o jogo avançava eu concentrei-me mais na equipa alemã, pois dizem que eles acabam sempre por sair vencedores dos acontecimentos, conferências, reuniões, acordos, tratados, os mais diversos eventos em que entram, etc. O jogo já com algum molho caído do céu, ia consumindo o tempo regulamentar, até que aos 23 min. a baliza do FCP foi violada e reviolada por dois remates, sujeitos agora a contestação à portuguesa. e o marcador passou a estar favorável aos aspirinas cheios de vitamina. O, 0-1 estava feito, e o resto é mais bandeira menos bandeira no ar. Bola ao centro que o baile vai continuar. E continuou. De pé para pé, para aqui e por ali, o Borússia, trocava a redondinha, enquanto os de azul e branco metidos lá atrás procuravam apanhá-la para surpreender os merkelianos. Aqui e ali surgia um esforço deste e daquele elemento da equipa da casa, mas morria no último terço, que é aquele em que se deposita toda a fé e uma réstia de esperança. Virei-me de novo para o parceiro do lado e perguntei-lhe porque razão o FCP parecia estar a defender o resultado, que lhe era prejudicial. Ele olhou para mim com ar zangado, e disse-me:- “bê-se logo que o amigo não percebe nada de vola. Então não biu que o árvitro está feito com eles?Tambénhe com essas galochas bê-se vem de onde bem”. Então foi quando pela primeira vez na minha vida, quer como espectador quer enquanto atleta, reparei que um treinador de futebol de alta competição, fez um gesto cândido e eloquente, para dentro ou para fora do campo, e juntando duas mãos, como em oração, ao rosto, enviou-nos uma mensagem para ir-mos tomar um café e dormir. Eu tirei as galochas, enfiei as pantufas e fui fazer aquilo que ele recomendou. A “lama” no Dragão continua por remover, e por lá ainda vai necessitar de muito trabalho. Pese a quem peseirar!
*pubicado hoje no DNotíciasMadeira
BRINCALHÕES...
NEGÓCIO DA CHINA
A “senhora”
EDP acaba de me propor um “negócio” mirabolante: fazem a gentileza de colocar
em minha casa uma placa para captação de energia solar, pela qual ficaria a
pagar uma mensalidade de vinte euros, durante trinta e seis meses.
Feita a
multiplicação de 20 x 36 dá 760€. Estima a bondosa “senhora” que, com tal
equipamento, pouparia cerca de cinquenta euros ano. Prevendo, para o tal “pingarelho”,
uma vida útil de cerca de dez anos, e a “poupar” cinquenta euros ano, ficaria a
meu crédito uma soma de quinhentos euros.
Ora, tendo
pago 760€, para poupar apenas 500€, constata-se que ficaria a perder 260€…Se
juntarmos a isto todo o incómodo que haveria de resultar de me “prantarem” em
cima do telhado aquele mostrengo, com as correspondentes ligações, não restam
grandes dúvidas de que me foi proposta uma coisa verdadeiramente fantástica…para
eles!
Amândio
G. Martins
DIVINO E MALDITO
Elas, a partir de certo momento, não se controlam. Elas têm o marido, os filhos, mas começam a insinuar a vagina. Porque tu és a liberdade que elas invejam, que os maridos não lhes dão. Porque tu és Deus e Jesus e sei mais lá o quê. E bebes sem limites, sem ficar bêbado, como Sócrates. Sim, eles e elas invejam-te. Sim, tu és divino, não és daqui. E elas querem roçar-se em ti e até falam do teu pai. E tu és o rei. E esses escritorzecos são uns ignorantes imbecis. Tu pertences a Nietzsche, Blake, Rimbaud, Henry Miller. Mas esqueceste-te de beijar o teu irmão amado que foi para o Panamá.
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016
SENSIBILIDADE E BOM GOSTO
O cartaz do Bloco de Esquerda é de muito mau gosto, e gosto não tem esquerda nem direita, tem-se, ou não!
Esse gosto foleiro terá as suas consequências e o Bloco (palavra horrível: monolítica, espessa), vai entender isso muito rapidamente se descuidar no estilo de comunicação que pretende passar aos que, por imaturidade juvenil, ou por maturidade anciã de ainda terem esperança, confiaram expectantes na possibilidade de alguma frescura na forma de fazer política, mudando bem, o seu sentido de voto.
É uma infelicidade para ambos, porque a piada não tem nenhuma piada e se a frescura é fazer trocadilhos, as agências de publicidade ganham-vos aos pontos com todo o lixo diário que emanam para os consumidores.
Não se trata aqui de brincar com Deus, com o futebol ou com o Governador do Banco de Portugal. Brincar é das acções mais genuínas, cristalinas e ingénuas da condição humana.
Deus, ele próprio é um brincalhão e não leva a mal – antes pelo contrário – uma bela de uma rizada; os do futebol não entendem; o Governador entende, mas nem em pequenino brincou, pelo que diz as “piadas” que diz e ninguém repara.
Do que estamos a falar é de inteligência, e sendo ela de muita natureza, uma vez por outra seria simpático usar da racional – não sei – para dar alguma credibilidade à emocional,que levou alguns e muitos, a votarem neste Bloco que não se quer denso e granítico, mas credível e responsável.
Fora estas considerações, não deixa de ser certo que Jesus é filho do Espírito Santo e do carpinteiro José.
Outras considerações de carácter sexual e de género não tenho por agora.
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