Numa empresa, numa sociedade
digna, em que todos os sócios estão empenhados numa tarefa comum, não há
falência parcial. Se o comportamento de uma parte não corresponde ao que seria
regra e princípio, está em causa o todo, não apenas essa parte, que por
natureza será indissociável. Quando a Europa Unida foi sonhada, não teve em
conta a realidade, pois nações tão diferentes, com histórias, antigas ou
recentes, completamente antagónicas, imaginar um paraíso de confraternização,
um éden, só em pensamentos miríficos isso poderia germinar. Os países
“federados” na União Europeia (28), quer os parceiros da moeda única (19), quer
os que não estão nesse “conluio”, têm outros objectivos para lá da união de
pátrias. Primeiramente estão os seus anseios legítimos, porque inevitavelmente
todos nesse campo se servem da mesma “moeda”, depois estará a salvação dos que
não são da sua casa. Primeiro nós, depois os vizinhos, é um caminho lógico e
corrente, que faz parte da nossa cultura e de todos os povos, porque é um lema
de sobrevivência.
A mesma ânsia de poder, que, no
Portugal de hoje, catapultou para os órgãos de decisão e governação certos
indivíduos sem escrúpulos, e sem inteligência suficiente para perceber toda a
complexidade das suas tarefas, e isto vai desde os mais altos responsáveis ao simples
autarca paroquial, foi originando, paulatinamente, todo o drama que está em
cena e no qual todos somos actores. É preciso atentar que grande parte do nosso
descalabro reside na incapacidade desses ditos representantes do povo, que na
verdade só representam interesses partidários, pois não fazem leis apropriadas
às reais situações, não fiscalizam o seu cumprimento e muitas das que aprovam
ou elaboram ficam sempre com escolhos e espaços de fuga, propícios a um enorme
laxismo conducente a um colossal “salve-se quem puder”. Esta sementeira, que produziu
e produz os seus frutos em Portugal, estende-se a muitos países do Sul europeu
e não só.
A União Europeia, à qual muitos
países estão amarrados, com a sua estrutura burocrática de serviços, é mais um
encargo estrangulador para os Orçamentos dos países. Toda a plêiade de
dirigentes dessa superestrutura governamental, que nada prevê e nem capacidade
tem para correr atrás dos prejuízos, é formada por muitos segundos planos de
países de origem. Conhecemos os casos de Durão Barroso, que abandonou o barco
da governação, a meio do percurso, a que estava comprometido, e de Vítor
Constâncio, que foi um medíocre governador do Banco de Portugal, que não foram
famosos nos cargos que desempenharam em Portugal, e de muitos deputados, que
ninguém conhece, que em Estrasburgo nos representam.
Um pai que não socorre um filho, que
diz governa-te, quando este está em aflição, é apenas um nome que consta no
registo, perde a sua condição.
A União Europeia, se não tem
garra para tomar as rédeas da solução dos problemas que nela germinam, não
merece o epíteto de União e não passa de mais um conluio de burocratas que
exploram os povos mais dóceis e indefesos, a partir duma estrutura que está orientada
pelos interesses dos mais fortes. Os burocratas europeus estão tão fechados em
si, são tão autistas, que nem ouvem os apelos do Papa Francisco que está tão
perto.
Joaquim Carreira Tapadinhas, Montijo BI 9613 – TM 962354823 –
jcatapadinhas@gmail.com
Subscrevo na integra o seu texto.
ResponderEliminarO projecto Europeu, se é que alguma vez existiu, entrou em completa falência e é assustador ver como se comportam como náufragos com terra à vista mas incapazes de nadar atá à costa, apenas porque não conseguem ter a humildade suficiente para assumir que falhou e precisa ser repensado. Estes comportamentos a manterem-se comprometerá de forma irreversível o futuro da Europa arrastando-a para um ponto de não retorno.
Obrigada pelo excelente texto.
Muitissimo certas as palavras e sentido total do texto. Parabéns, Amigo Joaquim Tapadinhas.
ResponderEliminarE veja-se a birrinha do inglês, que, para conseguir o que quer, basta ameaçar que se vai embora e dão-lhe logo o brinquedo exigido...
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