A 23 de Fevereiro de 1987,
morre, em Setúbal, o cantor de música de intervenção e grande compositor
português, José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos, que é também conhecido pelo
diminutivo familiar de Zeca Afonso,
apesar de nunca ter utilizado este nome artístico. Nasceu no dia 2 de Agosto de
1929, na freguesia da Glória, em Aveiro.
Oriundo do fado de
Coimbra, foi uma figura central do movimento de renovação da música portuguesa
que se desenvolveu na década de 1960 do século XX e se prolongou na década de
70, sendo dele originárias as famosas canções de intervenção, de conteúdo de esquerda,
contra o Regime. Zeca Afonso ficou indelevelmente associado ao derrube do
Estado Novo, regime de ditadura Salazarista vigente em Portugal entre 1933 e
1974, uma vez que uma das suas composições, “Grândola, Vila Morena”, foi
utilizada como senha pelo Movimento das Forças Armadas (MFA), comandados pelos
Capitães de Abril, que instaurou a democracia, em 25 de Abril de 1974.
Em 1994 seria editado Filhos
da Madrugada Cantam José Afonso, um CD duplo em homenagem a Zeca Afonso. No
final de Junho seguinte, muitas bandas portuguesas que integraram o projecto,
participaram num concerto que teve lugar no então Estádio José de Alvalade.
Em 24 de Abril de 1994 a CeDeCe estreia no teatro S. Luiz
o bailado Dançar Zeca Afonso, com
música de Zeca Afonso e coreografia de António Rodrigues, uma encomenda do
Município, a propósito da Capital Europeia da Cultura.
Muitas das suas canções continuam a ser gravadas por
numerosos artistas portugueses e estrangeiros. Calcula-se que existem
actualmente mais de 300 versões de canções suas gravadas por mais de uma
centena de intérpretes, o que faz de Zeca Afonso um dos compositores
portugueses mais divulgados a nível mundial. O seu trabalho é reconhecido e
Reconhecido e apreciado pelo país inteiro e Zeca Afonso,
com a sua incidência política que as
Canções ganharam, indiscutivelmente representa uma parte
muito importante da cultura poética portuguesa.
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