PÚBLICO SEG 30 MAI 2016
Colégios
e estivadores
O Estado não pode estar a “utilizar” os nossos impostos para
pagar duas vezes a “mesma coisa”.
Se existe uma escola pública, que necessariamente é sustentada
pelos nossos impostos, e um colégio privado, que deve implicitamente “viver” à
custa dos privados, não podem os nossos impostos estar a suportar ambos.
É linear e até indiscutível. E quem acha, e com todo o
direito, que o ensino, os cuidados, a organização é melhor no privado que no público
tem de pagar mais para lá colocar os seus descendentes.
Por certo, a muitos de nós já terá acontecido e a muitos
continua a advir. Ponto!
Quanto a serem feitas greves — algo que teve efeitos no
pós-25 de Abril de 1974 quando vínhamos de uma ditadura — que muito prejudicam
outros e o país, talvez devessem ser menos utilizadas.
Quando em situações limite tem, e muito bem, de estar
presente a polícia — para isso ela existe e é paga pelos nossos impostos —, tem
de ser respeitado o seu trabalho. A polícia tem de existir num Estado
civilizado e tem de fazer o que deve fazer, para haver razão de existir. Ponto!
Senão, acaba-se com polícias, tribunais e tudo o mais, por
não ser possível que façam o “serviço” para que existem.
E hoje, por certo, um estivador — com todo o respeito que
merece, e que é importantíssimo até pela falta que faz quando não está a actuar
— já não tem as necessárias características de há 20 anos.
As cargas a granel acabaram, as tecnologias nas cargas e
descargas, os contentores, tudo veio criar uma diferença na profissão.
E não é necessário
ser entendido, basta ver. Logo, será diferente, para além da forma — greve —
como o conteúdo — propostas — que hoje devem ser reivindicadas. E quanto mais
se defender qualidade, empenho, respeito pelo trabalho e por todos que o fazem
mais evoluiremos, e iremos ajudando-nos e ao país.
Esperemos que desde colégios a estivadores, muitos mais de
nós queiramos pensar mais no todo.
Augusto Küttner de Magalhães
Porto
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