SALVAR O QUE NÃO TEM SALVAÇÃO…
Os resultados
do capitalismo à rédea solta estão à vista de todo o mundo, quer na miséria que
tem criado, quer na degradação ambiental, deixando a desolação por onde quer
que passem os seus projectos de terra queimada De facto, cada multimilionário custa cada vez
mais miseráveis e potencia cada vez mais catástrofes ambientais.
Rana
Foroohar, colunista da “Time” para os assuntos da livre empresa, acaba de
publicar um livro com o título “Makers and Takers” , onde refere a desregulação
que permitiu as falcatruas que levaram a economia mundial à situação actual,
denunciando a distorção sistemática das regras estabelecidas pelos governos
para o funcionamento do “livre mercado”.
O que leva a
que uma sondagem do “Harvard Institute
of Politics” mostre que apenas 19% dos americanos com idades entre os 18 e os
29 anos se identifique com o sistema capitalista; e das pessoas idosas, já “só”
26% se consideram “capitalistas”…
Foroohar diz
no seu livro, do qual a “Time” publica sete páginas de excertos, que o problema
vai muito para além dos fundos escondidos em “offshore” e das distorções
causadas pelas instituições financeiras consideradas “too big to fail”: “The
U.S. system of market capitalism itself is broken”.
Isto porque a
maior fatia do dinheiro realizado pela “corporate América”, em vez de ser reinvestido
para criar emprego e revitalizar a economia, é desviado para a especulação, o
que vem justificando a revolta da “main street” contra “Wall Street”.
Descrevendo
“How rewrite the rules”, Rana Foroohar elenca no seu livro algumas medidas para
regenerar o sistema, como mais transparência nas instituições financeiras, que não
podem aparentar tal complexidade que permita aos seus líderes tomar sem escrutínio decisões
capazes de causar estragos irreparáveis; não permitir que o dinheiro devido ao
fisco seja desviado para outros fins por jogadas habilidosas; os trabalhadores
e o público em geral devem ter informação que lhes permita saber para onde os
gestores estão a conduzir as empresas.
Criar uma
estratégia que impeça “Wall Street” e os
banqueiros de recorrer a manobras fraudulentas de crescimento artificial e
acabe com a cultura do dinheiro; redefinir o papel da finança, cujo correcto
funcionamento é o de suporte à criação de empregos, propiciando um saudável
crescimento económico e não os jogos especulativos que estão na origem dos
problemas actuais.
Amândio
G. Martins
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