1 - O Parque Aventura da Quinta do Narigão, algures nos
matagais de Lisboa, e aberto em 2014, está às moscas, sem uso efectivo e
completamente vandalizado.
Pergunta ‘sacramental’: quem foi o filantropo que enterrou
tanto dinheiro num empreendimento para não ter qualquer serventia, ou alguma
mais-valia?
2 – Há animais no Alentejo a morrer à sede. Inacreditável
perante tanta sapiência acumulada, provinda de tanta gente em autarquias e
outros locais de alta cultura e saber, como as universidades de verão.
Então as incomensuráveis águas do Alqueva não chegam a todo
o lado alentejano? Serão só para turista ver e para outros deleites de super
estrelas?
De facto, durante a época das chuvas vêem-se, por quase todo
o país, inúmeras quedas de água que correm ao deus dará, mas como não dão votos,
não se fazem represas para armazenar tanto precioso desperdício. Só se fazem
polidesportivos sem ninguém; edifícios de juntas de freguesia fechados a sete
chaves, bem como outras edificações sem uso efectivo, em que alguns deles são
autênticos mamarrachos e fontes de muita despesa pública.
3 - O Festival Andanças, ‘filho querido’ da Associação
PédeXumbo, que conta já 21 anos, viu ficarem em cinzas 422 viaturas dos seus fiéis
frequentadores, amigos da cultura tradicional da dança e do canto.
O parque onde se deu o incêndio parece que era em terra
batida, depois de ter sido ceifado todas a secas ervas que o cobriam.
Para já não se sabe ao certo o que provocou tão dantesca
ignição, mas os catalizadores dos automóveis que atingem muitos graus de
temperatura e umas ervas secas por perto podem fazer o resto.
4 – A dívida pública parece que não vai só à bolina. Vai,
isso sim, de vento em popa, ou a todo vapor. Parece que nenhum Adamastor lhe
consegue pôr frente.
Por isso, nem o belíssimo clima, nem a excelente
gastronomia, nem o êxito dos muitos milhões de turistas e suas pegadas
conseguem suster tanto esbanjamento público.
E, se somos cada vez menos e muito mais envelhecidos, quem é
que nos vai continuar a fiar? Qualquer dia nem chão teremos para pousar o
esqueleto!
5 – O Governo diz que não vai privatizar a ADSE. E por que é
que o faria? Para ficar com os prejuízos?
O mais racional, tendo em conta toda a irracionalidade
existencial, seria englobar a ADSE no SNS. E assim se acabava com o bicho e a
peçonha.
José Amaral
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