Paulo Rangel, cuja prosa, formalmente, aprecio,
desilude-me quase sempre com a substância dos textos que produz. Na sua mais
recente crónica semanal do Público (23/8), desunha-se a invectivar o actual
governo por nada de estratégico fazer pelo País, acusando-o de se limitar a
reversões tácticas. Aceita-se que os resultados da actividade governativa
cheiram a pouco, mas não se pode apodá-la de destruidora. Que reprovação há
sobre quem desfaz, se o alvo é o erro e o mal? No seu panegírico à estratégia
(qual, a do empobrecimento ad aeternum?),
Rangel repudia as tácticas, contrárias aos “amanhãs que cantam” (mas só para
alguns). Claro que é preciso visão estratégica, a tal que nunca favoreceu o
governo anterior, ávido como estava de ir ao pote dos ovos de ouro, sem cuidar
que matava a galinha-classe média. E Rangel não esclareceu se os portugueses
menos favorecidos estão melhor ou pior do que no decurso do governo PSD/CDS, comprazeu-se
em anunciar a catástrofe no longo-prazo. Talvez prefira a santíssima
austeridade que nos mate já no curto-prazo.
Este blogue foi criado em Janeiro de 2013, com o objectivo de reunir o maior número possível de leitores-escritores de cartas para jornais (cidadãos que enviam as suas cartas para os diferentes Espaços do Leitor). Ao visitante deste blogue, ainda não credenciado, que pretenda publicar aqui os seus textos, convidamo-lo a manifestar essa vontade em e-mail para: rodriguess.vozdagirafa@gmail.com. A resposta será rápida.
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