Julgava
ser o que não sou
Ou
estar onde não estou;
Ser
alguém diferente de mim
É
não ser o que sou assim.
Bastava
não sei o quê
E
questionar este meu porquê
Repleto
de incertezas no percurso
Na
demanda deste ou outro decurso,
Antecipando
outro qualquer ingresso
Restando
esperar um regresso
De
onde nunca me quedei,
Ou
de onde de lá voltei.
Morei
sem nunca ter habitado
E
mesmo assim faço um vôo alado
Na
direcção da morada vazia
De
onde brota doce nostalgia.
Então,
apenas só comigo
Sinto-me
sozinho sem tigo.
Doravante
vou gerindo a situação
Esperando
que só mais tarde perca a razão.
Caprichosamente
ainda cá estou
Augurando
estar aonde não vou,
Repetir
o que de bom já fiz
Valendo-me
da vontade que sempre quis
Antes
de deixar de pensar
Logrando
o tempo superar,
Hiato
que me faça perpetuar,
Ou
me deixe continuar.
Agora,
a caminhar para o fim,
Meta
última de qualquer ser,
Antevejo
mesmo assim
Resumir-me
mais ao ser que ao ter,
Antes
desta partida final
Ligando-me
ao sideral.
José
Amaral
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