Apresento-vos o meu contributo, que foi a tempo de ter chegado ontem:
Exmo. Senhor Director do Diário de Notícias,
Aqui vai uma reflexão da minha autoria , partilhada há tempos, nos
meandros perversos de uma rede social.
Fala-se dos media, dos jornalistas, da opinião de cidadania,
do desprezo pela omissão a que V.Exas. nos encarceraram.
“Os jornais perderam
todo o interesse. Servem para alimentar egos de mensageiros, moços de recados,
uma que outra diva em ascensão ou queda, alguns distraídos que persistem,
ingénuos até ao abismo.
Resta um punhado de
jornalistas de referência, que mesmo num esforço de memória será difícil
nomear. Quando o último for corrido da redacção
- faltará muito pouco – essas salas estarão povoadas de assalariados mal
pagos, com os joelhos constantemente a tremerem nos medos de terem de voltar
novamente para casa dos pais.
Para que isso não
aconteça fazem tudo o que lhes mandam, até mentir, forjar, procrastinar, vender
a alma.
A Censura seria uma
virgem imaculada e puríssima, se se fizessem comparações com os requintes da
manipulação de quem – anónimos de rosto desconhecido e sem nome que se saiba –
orquestram os fios das marionetas que põem no palco dos jornais dos tempos de
agora.
Qual é a verdade? Onde
está a verdade? Perguntas definitivamente sem resposta.
Se por um lado estas
são as dúvidas do leitor, por outro, os que enviam opinião de cidadão,
gostariam de serem considerados e tratados com, no mínimo, urbanidade.
A realidade é que os
jornais não precisam de nós para nada. E nem nos querem ver!
A arbitrariedade com
que publicam-não publicam opiniões de cidadania, as escolhas que fazem, a
qualidade dos temas, dos assuntos, a boa escrita, a oportunidade, “sempre os do
costume”, é a prova do desleixo, da omissão, quase antipatia, da pouca
consideração que nutrem por nós.
Estamos perto do
momento em que pouco mais que uma frase perdida de contexto, numa esquina
recôndita de um jornal, será publicada: parece que chegou esse momento baixo. E
o certo é que não podemos fazer absolutamente nada por isso!”
Todos desconhecemos o futuro, mas leva a crer que se são
estes os caminhos das linhas editoriais, é bem possivel que mais cedo do que
tarde, acabem num convénio de surdos-mudos, a falarem para as vossas sombras
projectadas nas paredes, convencidos de serem tribunos a executarem discursos
de excelência.
É pena!
Na realidade e sendo assim, o vosso contributo para a
dissolução rápida do paradigma da vida democrática, causará danos irreparáveis,
o que parece ser o vosso desejo, talvez
no secretismo da construção de uma qualquer ainda desconhecida nova ordem
mundial.
Tenha o meu apreço, ou talvez não, dependendo do acto de
contrição que ainda pode praticar, na humildade de uma lucidez que seria muito
ambicionada.
Luis Robalo
muito bem!!
ResponderEliminarComo de costume, a clarividência de sempre. Um abraço lusitano ao Luís e Parabéns.
ResponderEliminarmuito bom - obrigada pela partilha
ResponderEliminarTal como a Céu, "limito-me" por um, muito bem!
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarCom que laia rima Paulo Baldaia?
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