Espero não lhe roubar muito do seu tempo, mas vejo-me na obrigação de lhe enviar esta carta muito sincera.
Tenho por companhia na minha secretária de trabalho, um rádio que ligo para ouvir noticiários e fóruns na TSF onde o senhor intervinha quando tinha lá estas funções e saiba que me dava muito prazer ouvir a troca de opinião dos intervenientes de todos os quadrantes e talvez por isso, apanhei o vicio de também intervir embora desta forma – enviando cartas para a imprensa.
Quando soube da sua transferência para este prestigiado e centenário Diário de Noticias, veja lá que imaginei que com a sua experiência em contactar directamente com o público, imaginei-o repito, a dar mais espaço, que era quase nada e com interregnos, e passar a ter, sei lá, uma Página dos leitores. É que na minha modesta opinião, quem tem o bichinho de enviar cartas para os jornais, não o faz por outro motivo que não seja, na sua perspectiva claro, de servir, de alertar, de ajudar, de dar voz àqueles que não têm acesso a estes meios, enfim cumprir um dever da cidadania.
Muitas vezes recebo emails a incentivarem-me a escrever sobre isto ou aquilo, o que faço com prazer, se estiver por dentro do assunto. E o prazer que dá, receber um email a apoiar e por vezes a agradecer aquela carta abordando um assunto em que é afectado. E outros discordando, mas com fundamentos que me têm servido para enriquecer os meus conhecimentos. Nem imagina o que é receber emails dizendo que é por esta página, a das cartas, que começam a ler o jornal.
Por estar ciente que esta não se destina a publicação, alonguei-me em demasia, mas saiba que este desabafo até podia ser maior, mas seria estar a abusar da sua paciência e eu quero que me leia até final.
Em jeito de despedida, também quero que saiba que apesar desta suspensão, talvez por ser um autentico lírico em muitos aspectos, tenho enviado como habitualmente as minhas cartas para o seu jornal sempre na esperança que haja mudança de ideias nessa casa. E digo nessa casa, pois, apesar de, desde o inicio me estar a dirigir a si, é pelo cargo que ocupa, mas seria duma enorme injustiça não reconhecer que há ordens que vêm de cima e talvez seja esta a questão.
Com votos dos maiores êxitos para todos que trabalham nessa prestigiada casa, termino com a esperança de recomeçar a ler cartas dos leitores no DN.
Jorge Morais
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