sábado, 21 de janeiro de 2017

Patriotismo Bacoco



Apaixonado pelo Alentejo, sempre que para lá vou carregar baterias, aproveito para descobrir novos locais pelo seu interesse paisagístico, gastronómico ou histórico tendo por isso mesmo por diversas vezes necessidade em passar a fronteira. Um local que me fascina pela sua história, é Olivença e seus territórios adjacentes com imensas pegadas portuguesas. Espanha, ao não respeitar tratados que reconheceu e assinou, só pode ser condenada e criticada por tal atitude. No entanto, sempre que lá vou, e já fui várias vezes, não me limito a visitar monumentos e a tirar fotos às nossas marcas lá deixadas, e que são respeitadas,  deve ser exemplo para alguns, que por cá, com medo de fantasmas mas que a história não apagará, destruíram. Dedico muito tempo a conversar com quem me cruzo e com o cuidado em não ferir susceptibilidades, encaminho a conversa para a velha questão de Olivença voltar ou não a ser portuguesa. E o que ouço? Dos mais idosos, o seguinte: não se importariam de voltarem a ser portugueses, mas sem perderem os direitos e regalias dadas por Espanha, que como se sabe são muito mais vantajosas que as nossas. Quanto aos mais novos, gostam muito dos portugueses, do nosso bacalao e das nossas francesinhas mas pensam o mesmo. Esta é a realidade nua e crua e que tenho que respeitar pois no seu lugar faria o mesmo.
O que me entristece, é que quem se intitula "Amigo de Olivença" desejar a morte, como já li, a quem não pensa como eles mas outrora, eles próprios se tenham portado como "amigos da onça" quando ficamos ainda mais amputados. Da minha parte, não lhes desejo a morte, desejo isso sim, é que tenham muita vida. Desculpem, mas patriotismo bacoco, comigo não dá. Jorge Morais

Publicada no  DN-M  19.01.2017
                     DESTAK 20.01.2017
                     EXPRESSO 21.01.2017 

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