Há fundos comunitários que, mesmo a fundo perdido, se
transformam verdadeiramente em nefastos empreendimentos para a economia nacional,
pois só geram elevadas despesas e nunca uma simples mais-valia.
Tais ‘mecenas’ impõem-nos modos comportamentais de vida sem
a mínima sustentação credível ou positiva.
Este introito vem ao encontro de um caso que ouvi, através
da televisão, a um edil de uma cidade banhada pelo Atlântico, o qual afirmou
que ia iluminar uma grande parte da frente marítima, a fim de se praticar surf
à noite, uma vez que, assim, vai beneficiar muitos praticantes que trabalham de
dia, pelo que só dispunham da noite para tal náutica prática.
Serão fundos comunitários, cerca de dois milhões a fundo
perdido, que suportarão tal façanha para puro lazer.
E, assim, se gastam verbas vultuosas que, mesmo sem retorno
como dívida, se tornam num verdadeiro sorvedouro público e continuado depauperamento
social.
Temos tanta obra ao abandono, após pomposas inaugurações, que
só levantaram o ego a uns tantos autarcas, sem que nada de positivo daí tivesse
advindo para as populações.
É como semear milhões e continuarmos sem empregos
sustentáveis para a população que temos.
José Amaral
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