sábado, 28 de janeiro de 2017

Feio delírio contra o salário mínimo

Segundo o jornal Público de 26.01.2017, «O salário mínimo nacional subiu para 887 euros». O jornalista João Miguel Tavares no seu «o respeitinho não é bonito», para chegar a tal resultado, utiliza uma fórmula, que não sendo inovadora, é sobretudo muito do agrado do patronato. Ou seja, ao valor decretado de 557 euros, acrescenta a TSU patronal (23,75%), depois multiplica por 14 (12 meses + subsídio de férias + subsídio de Natal) e divide por 11 meses, os que considera de trabalho, porque segundo o jornalista, qualquer trabalhador «que tenha sorte» ainda tem férias.

João M. Tavares pode até pretender que a sua fórmula passe a ser a de cálculo salarial, mas não só para o salário mínimo, tem que ser para todos os salários sem discriminação e começando, desde logo, por a aplicar no Público, aumentando o valor nominal dos seus salários na ordem dos 57%, como fez ao salário mínimo.

João M. Tavares podia ainda encantar mais o patronato e ter um delírio mais feio e ousado, descontando os dias de descanso e feriados, o que podia levar a uma divisão por 9 meses em vez dos 11 do seu cálculo, e então o salário mínimo seria atirado para mais de 1000 euros…

A opção de João M. Tavares não é bonita nem de respeitinho e preocupação, pelas centenas de milhares de portugueses que dos 537 euros, só recebem menos de 478 (descontando os 11% da sua TSU); e também não é bonita nem de respeitinho, pelos dois milhões e meio de portugueses que estão em risco de pobreza ou exclusão social, um quinto dos quais é trabalhador por conta de outrem.


Integrando a campanha contra o salário mínimo liderada por PSD/P.P.Coelho, João M. Tavares alinha com os mais fortes contra os mais fracos, defendendo também a precariedade como regra geral, para quem tem de trabalhar para sobreviver.

1 comentário:

  1. João Miguel Tavares "despudorou-se" completamente com esse capcioso artigo! A opinião é livre, o homem inteligente mas... é demais!

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