Segundo o jornal Público de
26.01.2017, «O salário mínimo nacional subiu para 887 euros». O jornalista João
Miguel Tavares no seu «o respeitinho não é bonito», para chegar a tal resultado,
utiliza uma fórmula, que não sendo inovadora, é sobretudo muito do agrado do
patronato. Ou seja, ao valor decretado de 557 euros, acrescenta a TSU patronal
(23,75%), depois multiplica por 14 (12 meses + subsídio de férias + subsídio de
Natal) e divide por 11 meses, os que considera de trabalho, porque segundo o
jornalista, qualquer trabalhador «que tenha sorte» ainda tem férias.
João M. Tavares pode até pretender
que a sua fórmula passe a ser a de cálculo salarial, mas não só para o salário
mínimo, tem que ser para todos os salários sem discriminação e começando, desde
logo, por a aplicar no Público, aumentando o valor nominal dos seus salários na
ordem dos 57%, como fez ao salário mínimo.
João M. Tavares podia ainda
encantar mais o patronato e ter um delírio mais feio e ousado, descontando os dias
de descanso e feriados, o que podia levar a uma divisão por 9 meses em vez dos
11 do seu cálculo, e então o salário mínimo seria atirado para mais de 1000
euros…
A opção de João M. Tavares não é
bonita nem de respeitinho e preocupação, pelas centenas de milhares de
portugueses que dos 537 euros, só recebem menos de 478 (descontando os 11% da
sua TSU); e também não é bonita nem de respeitinho, pelos dois milhões e meio
de portugueses que estão em risco de pobreza ou exclusão social, um quinto dos
quais é trabalhador por conta de outrem.
Integrando a campanha contra o
salário mínimo liderada por PSD/P.P.Coelho, João M. Tavares alinha com os mais
fortes contra os mais fracos, defendendo também a precariedade como regra
geral, para quem tem de trabalhar para sobreviver.
João Miguel Tavares "despudorou-se" completamente com esse capcioso artigo! A opinião é livre, o homem inteligente mas... é demais!
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