Doutor Tiago Brandão Rodrigues,
Com a
presente pretendemos manifestar o nosso mais profundo sentimento de injustiça,
apelar ao seu bom senso acreditando que com toda a certeza vamos ser ouvidos
porque acreditamos neste governo e no seu programa que visa, na sua globalidade,
o máximo de atenção aos problemas sociais.
1- Somos
professores " dispensados " das Escolas em contrato de
Associação, situação esta decorrente da medida abrupta tomada pelo Ministério
da Educação em deixar de celebrar novos contratos com as mesmas.
2-
Compreendemos ,em parte, a atitude do governo uma vez que estas escolas
existiram desde sempre para suprir carências de instalações que ora deixaram de
existir - menos alunos e escolas
mandadas construir pelo Estado vazias ao lado...
3-
Compreendemos que é necessário diminuir as despesas do Estado e acabar com quem,
durante muitos anos fez fortuna à custa dele. Referimo-nos aos patrões pois os professores,
esses, foram por eles explorados até à exaustão!
4- Por seu turno,
os patrões das ditas Escolas em Contrato de Associação fizeram da sua guerra, a
nossa guerra pois queriam continuar a " explorar " o mais que
pudessem ainda e, então, há que armar os seus funcionários contra o governo.
Assim foram dispersando a atenção e ganhando tempo...
5- Estes
patrões, destas escolas, foram desenhando estratégias para dispensarem os
professores que lhe ficavam mais caros, que em vez do lucro só lhe davam
prejuízo, à laia de que a responsabilidade não era deles mas das medidas
tomadas pelo governo. E "dispensaram", palavra usada por aqueles para não despedir,
não lhes pagando, assim, os direitos
consignados pela lei face a qualquer despedimento… E nem queiram saber a que
pressão psicológica estes professores estiveram sujeitos nas férias de verão a
que tinham direito .... férias interrompidas, massacres a toda a hora, sem
critérios, negociatas à porta fechada sem sequer pensar no futuro destes
que muito dinheiro lhes deram a ganhar à custa da imensa exploração a que foram
sujeitos durante anos a fio ....
6- E é assim
que estes professores vêem as suas carreiras arruinadas, professores com 50 e
mais anos de idade, que estavam no fim ou próximo do fim da suas carreiras e,
que sem mais são tratados como, agora, cifrões" sem interesse, dizemos
isto pois foi tempo em que estes patrões ganhavam mais do Estado quantos mais
caros fossem os seus professores... vejam só...o negócio desta gente sempre foi
números, nunca a Educação! ....Lamentável é que de entre estes colégios estejam
escolas que são pertença de ordens religiosas e dão este exemplo! Mas que
exemplo, só visto!
7- Por outro
lado queremos lembrar ao Governo que estas Escolas em Contrato de Associação
não são Escolas particulares privadas como muitas ... mas, ao contrário , o que
existia de privado nestas Escolas eram apenas as instalações que o Estado
alugava a estes privados para lhe suprirem necessidades , que , claro está,
estes privados exploraram em seu favor.
8- Estas
Escolas em Contrato de Associação só alugavam instalações, tinham um projeto
próprio como qualquer escola tem um projeto educativo, nada mais! Em tudo o
resto dependiam dos dinheiros do Estado e tinham que se reger pelas leis do
Ministério da Educação em absoluto!
9- Estamos
conscientes plenamente que para estas Escolas o tempo de ouro se tinha acabado
e já se vinha acabando aos pouquinhos e os seus professores mais velhos,
aqueles que durante anos os serviram eram já vistos há uns anos a esta parte
como " lixo" a varrer pela porta fora... mas como fazer?...deviam
pensar ....ora esta medida do atual governo foi o melhor que lhes podia ter
acontecido...." vamos poder varrer" a casa alegando esta decisão do governo!
E, porta fora com eles, sem dó nem piedade!
10- Embora
compreendendo a decisão governamental não podemos deixar de lembrar ao Senhor
Ministro de Educação e à Senhora Secretária de Estado da Educação que nós
professores, prestamos e é bom que fique claro sempre um serviço público à
semelhança dos colegas do ensino público estatal pois os sucessivos governos,
voltamos a lembrar apenas alugavam estes edifícios.
11-
Finalmente, queremos com tudo isto apelar ao sentido de justiça que se espera
de um Estado de Direito Democrático para que, quem de direito tenha em
consideração a situação destes professores que, servidores do Estado , não pode
ser esquecida! É uma questão de justiça social que aqui está em causa e, nada
mais!
12- Lembramos
também que o Senhor Ministro da Educação Tiago Brandão Rodrigues disse, no
momento da tomada de decisão governamental em acabar de forma abrupta com estes
contratos de aluguer de instalações com estes privados, que iria ter em
consideração a situação destes professores no próximo concurso.
13- Ora, o
que podemos ver é que a situação destes professores é mais que precária pois
nem sequer vão poder concorrer em igualdade de circunstâncias com outros que
serviram igualmente o Estado, muito pelo contrário ficando com a possibilidade
de concorrer na 3ª prioridade, o que significa ficar de fora e dizer adeus a
todo um percurso de, muitos deles já , alguns deles, com décadas de trabalho.
14- Neste
momento, sentimo-nos no limbo… Agora no fundo de desemprego… e depois?! Não é justo
que sejamos ultrapassados, no concurso de professores, por quem tem menos anos
de serviço e graduação profissional inferior, muito menos colocados na última
prioridade uma vez que estivemos ao serviço do Estado em escolas alugadas pelo
mesmo para suprir falta de espaços físicos, apenas!
11- Se os “
alugadores” destas escolas deveriam ter tido mais respeito por estes
professores esperamos deste Estado de Direito social a resposta que devolva a
dignidade a quem nunca a devia ter perdido em nenhum momento.
Um Grupo de Professores
(JN, 13-1-2017)
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