Afinal
a monumental histeria do interminável folhetim das SMS da CGD não passava de um
fait-divers, de uma manobra de diversão, para distrair incautos e iludir
correligionários.
Por
detrás da insana gritaria de que Domingues é mais sério que Centeno, estavam
escondidos 10 mil milhões de euros que voaram sonegados para os offshores. Sonegados
quatro anos consecutivos ao escrutínio do Fisco, ao escrutínio do Parlamento e
sobretudo ao escrutínio dos cidadãos. Enquanto o governo da austeridade de
Passos e Cia., esfolava as depauperadas economias domésticas e chicoteava as
famílias com o empobrecimento, a pretexto de que estávamos a viver acima das
possibilidades do país, enriqueciam ainda mais os muito ricos protegidos pelo
manto opaco do poder.
Apressou-se
o ex-secretário de estado a negar a sua responsabilidade. Denunciado por alto funcionário
do Fisco, cúmplice no encobrimento e na desapiedade do empobrecimento a chicote
de famílias e micro e pequenas empresas, Núncio demitiu-se de pronto das
responsabilidades no CDS, e assumiu todas as culpas e mais algumas. O martírio
do senhor Núncio protege o seu partido e a nova presidente, o governo a que
pertenceu e os donos dos offshores que encobriu.
Mas
alguém acredita que esta sinistra figura actuou sozinha? Não sei se há almas
crédulas a este ponto, só sei que por detrás do biombo da culpa se escondem mais
prevaricadores da maldade da austeridade e da emergência do empobrecimento.
Queremos
saber mais, conhecer mais responsáveis, o que sabia a responsável-mor da pasta
das Finanças Maria Luís, ministra da tutela, da responsabilidade de Passos, da
origens dos 10 mil milhões e a quem pertencem, porque foram ocultados, se essa
colossal fortuna foi tributada, para que rotas e offshores foi o dinheiro, de
que forma esses fundos regressaram ou a não a Portugal.
Seja
como for, assim se comprova a natureza de classe de um governo que empobreceu
uma nação para concentrar a riqueza do país em paraísos fiscais, nas contas
bancárias numeradas da acobertada xico-espertice nacional.
Resumindo
e concluindo, estamos perante uma gigantesca fraude fiscal de contornos muito obscuros,
indiciante de que isto sim, não é só uma marosca, é uma verdadeira matriosca.
Carlos
Pernes
Subscrevo e congratulo-me pela participação do amigo Carlos Pernes que não conheço pessoalmente, mas de quem tenho lido coisas muito lúcidas e pertinentes.
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