Gente insuportável
Tinha no Centro de Saude a consulta de rotina, para
verificar o peso e a pressão arterial, e sentei-me sa sala de espera. A
palração costuma ser acima do recomendável num lugar daqueles mas, desta vez,
nem eram as senhoras, que até achei demasiado silenciosas...
De facto, um sujeito horrível, de aspecto muito mal cuidado,
encarregou-se de fazer as despezas do barulho o tempo todo. Mas o que mais o
excitava, ao ponto de ficar escarlate, eram os médicos espanhóis; gabava-se de
já ter recusado três e, para “gozarem” com ele, puseram-no na lista de outra
“galega”, que também não perde pela demora, que se fossem bons médicos ficavam
na terra deles, mas devem tê-los impingido para cá para nos matar a todos, que
foi o que os espanhóis sempre tentaram
fazer.
As duas médicas espanholas em serviço nesta manhã iam
chamando as pessoas inscritas, que se levantavam logo, demonstrando que
percebiam bem que era por elas que chamavam, mas a criatura, a cada chamada,
reclamava que ninguém conseguia perceber o que diziam nem sequer a chamar a
gente, tal a má vontade contra aqueles profissionais contratados pelo nosso
SNS. Tive por duas vezes a tentação de o interromper e dizer-lhe que o que
dificultava a audição dos médicos na chamada dos doentes era o barulho que ele
fazia; e também pensei pedir-lhe que fosse ler o quadro dos direitos e deveres
dos utentes, com doze alíneas de direitos e seis de deveres, mas desisti por
perceber que seria inútil
Em vinte anos já me “calharam” três médicos daquela
nacionalidade, um homem e duas senhoras, de quem sempre recebi atenção e
interesse, e a conversa daquele indivíduo foi-me difícil de suportar. Felizmente
que ninguém dava atenção aos seus dislates, talvez porque todos percebiam que o
eram, apesar das suas tentativas de envolver as pessoas à sua volta;
Infelizmente, ainda há no nosso país muita gente necessitada, mas também muito
quem cuspa no prato em que come...
Amândio G. Martins
"O nacional é bom"...
ResponderEliminarMas não é isso que está em causa; o que é importante é haver médicos suficientes. E há cá médicos estrangeiros como há médicos nacionais lá fora...
ResponderEliminarClaro que sim. Eu só tentei ironizar com um anúncio que, penso, já andou por aí.
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