O reconhecido filme
“Três Cartazes à Beira da Estrada” que vi recentemente, aborda
a intemporal condição do ser humano; capaz do melhor e do pior. O
bem e o mal. No exemplo vertente, o primeiro, sobrepõe-se ao
segundo. Vence-o. Mas a excelente obra cinematográfica de Martim
McDonagh, revela-nos outra coisa bem menos conhecida: o modus
vivendi e as características tão comuns, aos habitantes de uma
pequena cidade da América profunda, ( Ebbening, estado do Missuri)
onde os preconceitos, a rudeza e até a agressividade, campeiam.
A América profunda,
que tanto contribuiu para a eleição de Trump. O Trump, chauvinista,
xenófobo, agressivo e primário. O Trump, que agora no longo
discurso do Estado da União, omitiu completamente chagas e perigos
que preocupam a humanidade. Tais como; as alterações climáticas e
suas devastadoras consequências de que o seu país é um dos
principais culpados, mas que ele denomina como invenções. Os
milhões que fogem das guerras que têm a marca ou o aval também dos
EUA. Tantos deles, que morrem à fome e à sede, afogados, ou que
são traficados como escravos, ou ainda, como denuncia recente da
Amnistia Internacional, executados em campos de refugiados na Líbia.
Trump, como presidente da potência que tem a influência mundial que
se sabe, omitiu isso e muito mais. Mas prometeu muito aos seus
compatriotas. Prometeu-lhes uma América forte, segura e orgulhosa. E
para isso, prometeu a construção do famigerado muro na fronteira
com o México, prometeu que manteria aberta e até talvez ampliada a
prisão de Guantánamo que o seu antecessor tinha prometido fechar, e
prometeu modernizar e reforçar o já gigantesco arsenal nuclear.
Tudo isso para quê? Para que os americanos possam tranquilamente,
como disse, ter o seu merecido american dream.
Portanto, com todas
estas promessas, principalmente com a ultima que é simultaneamente
um aviso ao mundo, principalmente à Rússia e à china, e que terá,
para já, como primeira consequência, a corrida aos armamentos, num
mundo em que, segundo a FAO, 815 milhões passam fome.
Será sonho ou
pesadelo que Trump promete à América e ao Mundo?
Francisco Ramalho
Corroios, 1 de
Fevereiro de 2018
ESTA SEMANA NO "O SEIXALENSE"
Um dia destes, no programa GPS, da CNN, que a RTP 3 transmite aos domingos, ao fim da tarde, ouvi o jornalista responsável por este excelente programa, Fareed Zakaria, perguntar a um convidado, especialista em armas nucleares, quanto tempo demoraria um mísil norte-coreano a chegar a uma grande cidade americana. Tendo sido respondido que em 30 minutos podia atingir qualquer das grandes cidades, o jornalista perguntou se os americanos teriam abrigos suficientes para fugir a um tal ataque; e ficou de boca aberta quando o outro lhe disse que poucos teriam espaço e tempo para se esconderam, pelo que o conselho que lhes deixava é que se abrigassem debaixo das mesas... Isto significa que os cidadãos daquele grande país estão tão desprotegidos como quaisquer outros.
ResponderEliminarQuanto ao filme que o senhor Ramalho elogia, é consolador verificar que, nesse "império do mal", as artes e as letras têm liberdade e força para afrontar os mal intencionados, coisa que não era viável no outro império, o "vermelho", onde só seriam toleradas obras de arte que glorificassem o regime...
Significa então que os EUA ou qualquer outro país devem construir mais armas nucleares?! E olhe senhor Amândio, estou farto dessas provocações de impérios do mal, do bem e dos vermelhos. E fico-me por aqui para não ser provocador e bem mais respeitador e educado que você.
ResponderEliminarQue se passa consigo, senhor Ramalho? Que intolerância...Fico triste, não só porque leu no meu escrito coisas que lá não estão como pelo destempero da sua resposta!
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