Dois autarcas de dois municípios separados por um rio
internacional, vão atirar-se a construir mais uma ponte que os ligue, e
desentupa o trânsito que atravessa o rio Douro. Com arrojo eleitoral, vieram à
praça dos holofotes, e prometeram que a ponte ainda suspensa no projecto, será
erguida com muito ou pouco arco, só com dinheiros próprios dos munícipes de
ambas as margens. Dos contribuintes. Porque estamos habituados à criatividade,
mobilidade, e protagonismo oportunista, dos presidentes deste calibre,
desconfiamos que após os golpes de rins e de contorcionismos habituais, a ponte
projectada com rebeldia e independência, sem recurso ao Poder Central, que se
chama Estado e Povo, sofrerá uma interrupção, quando estiver quase a unir as
pontas, ficar a meio, por falta de verba, anunciada folgada com pompa e
circunstância, ou Orçamento local que derrapou. E por tal imprevisto, os dois
autarcas garbosos, apelarão ao Governo uma ajudinha considerável, para que o
projecto armado e cimentado num discurso com ares de autonomia e originalidade,
não perca mobilidade e não vá por água abaixo. Aceite o fracasso, o Povo será
chamado a atravessar-se e a contribuir, mas a ter direito a estar presente na
inauguração. De bem longe, acostado em ambas as margens, a ver os rabelos
navegar, ornamentados!*
-*(pbcdºhoje,16.04:- no "Púbcº")
- *(pbcdºhoje 18.04:- Público-págª42)
-*(pbcdºhoje,16.04:- no "Púbcº")
- *(pbcdºhoje 18.04:- Público-págª42)
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