O cúmulo do cinismo
Sorriso de lábios sempre cerrados, num rosto artificial, barrado
de cremes, qual palhaço rico, Cristina Cifuentes, até agora presidente da
Comunidade de Madrid, andou durante várias semanas a queixar-se que estava a
ser perseguida, na sequência da descoberta de que tinha falsificado as notas do
mestrado.
A descarada senhora, perante a evidência de que o que
constava no seu diploma não tinha correspondência nos documentos arquivados na
universidade, insistia que o seu documento era verdadeiro, que estava a ser vítima
de inveja dada a sua notoriedade política, embora nunca apresentasse a tese que
lhe tinha valido aquela classificação, dizendo que a tinha perdido...
Acompanhei a polémica nas televisões espanholas e causava-me
impressão aquele sorriso plástico permanente, querendo mostrar “à vontade”,
talvez por se sentir protegida pelo seu chefe partidário, a quem se posicionava
para substituír, quando chegasse a hora, mas também ele salpicado no caso das
fraudes cometidas pelo tesoureiro do PP.
Cifuentes acaba mesmo por saír, mas desta vez porque lhe
saltou do armário um esqueleto com sete anos; mas diz que sai para evitar que a
“esquerda radical” possa tomar conta da governação daquela região de Madrid e
ponha em risco a gestão do PP, que, digo eu, deveria mesmo ser posta em causa,
já que a antecessora desta Cristina, Esperanza Aguirre, também tinha saído por
corrupção!
Amândio G. Martins
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