Este blogue foi criado em Janeiro de 2013, com o objectivo de reunir o maior número possível de leitores-escritores de cartas para jornais (cidadãos que enviam as suas cartas para os diferentes Espaços do Leitor). Ao visitante deste blogue, ainda não credenciado, que pretenda publicar aqui os seus textos, convidamo-lo a manifestar essa vontade em e-mail para: rodriguess.vozdagirafa@gmail.com. A resposta será rápida.
quinta-feira, 26 de abril de 2018
O Estado de Direito, o jornalismo e... a vida
Para além das fulanizações, interessa-me muito o debate que se instalou entre Estado de Direito e interesse jornalístico, tomado este último não como "interesse dos jornalistas" (que existe), mas sim como interesse público e para o público, que é fornecido por peças jornalísticas. E que ficou patente no dito programada RTP, onde também se viu que há uma leitura muito própria dos actores mais importantes da Justiça ( que também existe), procuradores e juízes, que, por isso, igualmente o são do Estado de Direito.
E, terminado o visionamento do programa e lido uns tantos textos sobre o assunto, lamento mas posições maniqueístas e, muitas vezes, fulanizadas, não as consigo ter. Sabendo que na espécie humana não há, a regra e esquadro, bons de um lado e maus do outro e ("pour cause..."), o Estado de Direito é de fundamental existência, movo-me num campo difícil que alguns chamarão de indecisão e relativismo, mas que eu, não o negando, tomo mais como de pensamento crítico e civilizado.
Sintetizando: os juízes e procuradores são os fautores do exercício do Direito mas também são homens e mulheres, condicionados, portanto. E o exercício do Direito é a Lei, que serve para sustentar acusações, julgamentos e decisões. Mas, sendo esta a retaguarda da nossa vida colectiva, esgota-se em si em si mesma e esgota a vida? A minha resposta é: não. Nos sistemas de pesos e contrapesos da sociedade humana... a vida torna.se mais complicada. O que "dói" no pensamento mas... é bom para a democracia e para o o nosso viver interior. Quero com isto dizer que se o jornalismo tiver que pedir autorização ao juíz para, segundo a sua visão, exercer o seu múnus, não estará, logo à partida bloqueado pela lei que o juíz exerce cegamente e como lhe compete?
O texto vai longo e, provavelmente, fastidioso e por isso termino. Seres humanos, totipotência destes, Direito, Justiça, actores desta, liberdade, utilidade de informação, capacidade crítica, organização societal e... por aí além. Acho mesmo que é neste cadinho que somos e estamos vivos.
Fernando Cardoso Rodrigues
2 comentários:
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Se esta "justiça" não fosse uma completa mascarada, os espectáculos degradantes que vêm sendo impunemente servidos à populaça nunca aconteceriam; isto porque, quando a Justiça se apodera da vida de um cidadão, enquanto a sua culpabilidade não for julgada e condenada, está obrigada a defenfê-lo dos justiceiros selvagens, assim como está obrigada a defender a sua vida no caso de o condenar e encarcerar.
ResponderEliminarAo acusar, dum modo tão percuciente, a Justiça, parece que o "processo Marquês" não é complexo e mudou o rumo várias vezes devido a novos acontecimentos. E os factos que vamos sabendo (transferências, nomes dos que as faziam, etc), são despiciendos? Eu não os vejo assim. E não consigo acusar, com veemência, somente a Justiça.
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