Decisões que não parecem ajuizadas...
“Um retrocesso enorme”, é assim que o juíz desembargador
Eurico Reis, expresidente da Comissão Nacional de Procriação Medicamente
Assistida, se refere ao chumbo do Tribunal Constitucional. “Revoltado e triste”,
este juíz considera que o acórdão veio introduzir uma perturbação indesejada no
que estava a correr bem.
O que a mim mais surpreende, para lá dos demais empecilhos, é
que aqueles doutores da lei tenham considerado legítimo que a pessoa que se
dispõe a oferecer o útero para nele se desenvolver um filho alheio se possa
recusar a entregá-lo aos legítimos pais!
Mas esta “má onda” não nos afecta só a nós; em Espanha, no
julgamento de cinco patifes que violaram uma jovem, os juízes não consideraram
que houve violação colectiva, que daria uma pena pesada, havendo até um dos
magistrados que queria absolver o bando porque, na sua apreciação, o rosto da vítima
não denotava sofrimento...
Ouvidas mulheres que passaram pelo mesmo, disseram que a única
coisa em que pensam, em tal situação, é que aquilo acabe depressa e possam saír
dali com vida, não lhes passando pela cabeça oferecer luta.
Amândio G. Martins
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